26 de março de 2015

COMIDAS DE SANTO - 2

COMIDAS DE SANTO - 2



”Certo que os Orixás comem o que os homens comem, porém, recebem a seus pés, nos terreiros, comidas onde os modos de preparar, ao lado dos saberes: palavras de encantamentos (fó), rezas (àdúrà), evocações (oriki) e cantigas (orin) ligadas a estórias sagradas (itan), são elementos essenciais e vitais para a transmissão do axé ”
Vilson Caetano de Souza Junior

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As Comidas Rituais entregues ao Orixá tem a finalidade de oferecer uma forma de energia específica à Divindade alí ofertada.

Ao preparar as comidas de santo, deve-se observar os tabus de cada um deles. Por exemplo, o azeite de dendê nunca deve ser oferecido a Oxalá, o mel é proibido a Oxóssi, o carneiro não pode sequer entrar em uma casa consagrada a Iansã etc.

Ìyá Baséé encarregada de preparar as comidas dos orixás, trabalha junto ao Axogún. Ela é a mãe que conhece todos os segredos da cozinha e que sabe que o principal ingrediente para uma boa comida de santo, capaz de alcançar as mais altas dádivas, é o amor.
O Primeiro Orixá a Comer é sempre Exú, ele é o guardião e a boca do mundo (Come de tudo).

As comigas de Cada Orixá:

Oxalá Oxalufan: Canjica branca sem nehum tempero, cozida apenas em água e depois retirado toda a água, Mugunzá e comidas brancas, servidaem em recipientes de louça branca.

Oxalá Oxaguian: Canjica Branca igual a de Oxalufan, Comidas brancas, Apeté (Sem dende), Mugunzá e Inhame Pilado.

Oxum: Omolocum (feijão fradinho cozido com cebola, camarões e azeite de oliva e decorado com ovos cozidos e descascados), Ipeté.

Oxóssi: Axoxo (Milho vermelho cozido e  enfeitado com mel e coco), Frutas, Feijão fradinho torrado.

Yemanjá: Prefere peixe de água salgada, regados ao azeite e assados, milho branco cozido e temperado com camarões, cebola e azeite doce, manjar com leite de coco e acaçá.

Obaluayè e Omolú: Pipoca (Estouradas sem óleo e enfeitados com fatias de coco), Aberem, Abadô.

Oxumaré: Batata Doce amassada e modelada em forma de cobra, farofa de mnilho com ovos camarãe e dendê, Abadô e Aberem.

Obá: Acarajé, Abalá, amalá e Lelê.

Yewá: Abalá, banana da terra frita inteira no dendê e servida com farofa de dendê, Lelê.

Nanã: Sarapatel, Mugunzá, aberém, muqueca, efó, abadô, feijão com coco e pirão com batata roxa.

Ossãe: Acaçá, feijão, milho vermelho cozido com amendoin torrado, farofa,  fumo de corda, canjiquinha, abacate cortado ao meio sem o caroço e regado com amendoim e açucar em calda enfeitado com fumo de corda e sete folhas de loro.

Iansã: Acarajé, Abalá, Amalá ou Caruru.

Ibejí: Frutas, Doces, Caruru.

Xangô: Amalá, Abalá, Ajebó.

Ogum: Feijoada, Inhame (Kará) assado, Axoxo.

Iroko: Buenguê (Cozinhar cangica branca e quando estiver amolecida adoçar com mel . Servir em tigela branca.), Efó, Ejá funfun, Jacicou.

Kitembo: Zoró, Quiabo picado batido com mel, farofa de mandioca torrada com mel e um pepino cortado em três, Bobó ( Corta-se o ainpim em pedaços e cozinha; depois amassa-o e escorre a água, junta os camarões secos descascados e moidos, coloca-se uma cebola seca picada e salsa com cebolinha, misture bem e deixe cozinhar no dende, o Purê é servido numa tijela branca com folhas de loro.

Exú: Padês a base de farinha de mandioca branca, combinada com azeite de dendê ou  mel de abelha, água, bebida alcoólica e acaçá vermelho  feito com farinha de milho amarelo e enrolado em folha de bananeira. em algumas ocasiões também são utilizados pimenta, cebola, bife e moedas nas oferendas a este Orixá.


Logún-Edé: Omolokún e Oxoxo.

O MISTÉRIO DO ACAÇÁ

O MISTÉRIO DO ACAÇÁ




Acaçá (àkàsà)  é de uma pasta de milho branco ralado ou moído, envolvido, ainda quente, em folhas de bananeiras. A definição é correta, mas extremante superficial, pois o acaçá é de longe a comida mais importante do culto africano. Seu preparo e forma de utilização nos rituais e oferenda. Envolvem preceitos e regulamentos bem rígidos, que nunca podem deixar de ser observados.

Todos os orixás, de Exu a Oxalá, recebem acaçá. Todas as cerimônias, do ebó mais simples as sacrifícios de animais, levam acaçá. Em rituais de iniciação, de passagens fúnebres e tudo o mais que ocorra em uma casa de culto africano só acontece com a presença do acaçá. A vida e a morte no candomblé se processam à partir desta oferenda fundamental, sem a qual nenhum homem seria poupado dos dissabores e percalços do destino. Quando recorremos á história dos orixás, percebemos o grande mal que a humanidade todas as vezes que se afasta do poder divino, representada, nesse caso, pelo poderoso Orun, a morada de todas as divindades, e pelo supremo, senhor do Destino dos Homens. Olodumaré, também conhecido como Olorum (Zambi).

Só existe uma oferenda capaz de restituir o axé e desenvolver a paz e a prosperidade na Terra, ela é justamente o acaçá. Mas o que faz de uma comida aparentemente tão simples a maior das oferendas aos orixás?

Será que todos sabem o que realmente é um acaçá?

Façamos então uma classificação dos elementos que compõem o acaçá para chegarmos à derradeira conclusão. Primeiramente, é preciso esclarecer que a pasta branca à base de farinha de milho (que fica alguns dias de molho e depois passada pelo pilão ou moinho) chama-se na verdade eco (èko). Depois de coxear, uma porção da pasta ainda quente, é envolvida em um pedaço de folha de bananeira para enrijecer (na África é utilizada outra folha, chamada èpàpo), tornando-se, agora sim, um acaçá. (Hoje em dia nós temos a facilidade de encontrar o milho vermelho moído).

Percebe-se a fundamental importância da folha de bananeira, uma vez que o eco só passa a ser acaçá quando envolvido em uma folha verde que lhe atribui existência individualizada, pois passa a ser uma porção desprendida da massa, assim como e emi, que dá vida aos seres, é, na verdade, uma parte da atmosfera, ou do próprio Olorum, que todos ser leva dentro de si, o sopro da vida, o ar que respiramos.

Portanto, o acaçá é um corpo, o símbolo de um ser. A única oferenda que restituí a redistribui o axé.

É importante insistir que o que faz do acaçá um corpo único, eminente representação de um ser, é a folha, seu poderoso invólucro verde, que lhe confere individualidade e força vital diante do poderoso orun, os orixás e do grande Deus Oludumaré.

Somente a água é tão importante quanto o acaçá, pois não existem substitutos para nenhum dos dois, que são, a exemplo do obi, elementos indispensáveis em qualquer ritual. 

Ambos configuram-se como símbolo da vida, e é justamente para afastar a morte do caminho das pessoas, para que o sacrifício não seja o homem, que são oferecidos.

O acaçá remete ao maior significado que a vida pode ter: a própria vida. E por ser o grande elemento apaziguador, que arranca a morte, a doença, a pobreza e outras mazelas do seio da vida, tornou-se a comida e predileção de todos os orixás.Fato é que quem não faz um bom acaçá não é um bom conhecedor do candomblé, pois as regras e diretrizes da religião nunca foram ditadas pela intuição. “Constituem grandes fundamentos cristalizados” ao longo de anos e anos de tradição. Aos incautos vale afirmar que candomblé não é intuição, mas fundamento sim, e fundamentos se aprende.

“Fundamento é o segredo compartilhado, o detalhe que faz a diferença e a prova de que ninguém pode enganar o orixá. O acaçá deve permanecer fechado, imaculado até o momento de ser entregue ao orixá. Só então é retirado da folha. É como se o sagrado tivesse de ficar oculto até a hora da oferenda, prova de que o segredo é quase sempre um elemento consagrado. E o segredo do acaçá é enrolar na folha de bananeira, é o que mantém um terreiro de candomblé de pé. Não existe acaçá que não seja enrolado na folha de bananeira..”

Entretanto, a imprudência vigora em muitos terreiros e não raras vezes se ouve falar de novas iguarias apresentadas como acaçá. Os mais comuns são os acaçá de pia e de forma. No primeiro caso a massa de ecó, mais grossa, é colocada às colheradas sobre o mármore das pias, onde os bolinhos esfriam antes de serem utilizados nos ritos. Na segunda receita a massa é espalhada em uma forma e posteriormente cortada em quadradinhos. Este é um procedimento incorreto e condenável, e as pessoas que agem assim então fadadas ao insucesso e não podem ser consideradas pessoas de axé.

“Não há candomblé sem acaçá, nem acaçá sem folha. A religião dos orixás não admite modificações na essência , e esta comida é essencial, portanto, inviolável. Primeiro vem o acaçá antes dele só a vida. Logo, a folha de bananeira guarda uma vida. Deixar a massa do acaçá exposto é o mesmo que deixar a vida vulnerável. Eis o grande fundamento.”

Aqui o grande fundamento é que o sangue dos animais jamais pode jorrar sobre os ibás sem a presença do elemento pacificador, pois, o acaçá simboliza a paz.


Quando ofertado e retirado do seu invólucro verde, tornando-se a comida de Oxalá que agrada a todos os orixás, a primeira oferenda que deve ser colocada diretamente no assentamento, juntamente com o obi e a água, antes de qualquer sacrifício.

A HORA DE ENTRAR NO AXÉ

A HORA DE ENTRAR NO AXÉ 



“Será que tem idade pra assumir a responsabilidade de ser um filho da natureza?”
Essa pergunta é mais comúm que se imagina, pois não sabemos quando apresentar às crianças o Axé, a magia de uma casa de axé.
Na minha opinião, o primeiro passo pra saber se gosta ou não do candomblé/umbanda é tomar um bom banho de Agbò (Abô) e sentir a magia do axé e a força de Ossãe pelo corpo; é respirar um ar mais puro depois de deixar as ervas e folhas correrem no corpo.
Depois disso vestir uma roupa branca e responder a sí mesmo: Será que aqui é o meu lugar?, esperar a resposta, pois Orí é vivo e certamnete vai lhe responder!
Agora, quanto a levar as crianças que pouco ententem até um axé? Onde começar! Isso quem vai responder é o Tempo… As crianças são muito bem-vindas ao Ilè, pois delas é que saem a mais pura essência da natureza e são as que mais se identificam.
Cabê aos pais decidirem a hora certa, mais introduzir os pequeninos a cultura africana é uma boa ideia! além de fazê-los compreender novas culturas, tornaram esses pequenos em pessoas capazes de fazer escolhas sábias desde cedo!
Com o tempo, elas irão escolher o que é melhor pra elas e o que mais lhes agradam!

Axé!

BANHO DE ABÔ

BANHO DE ABÔ



Abô  é um banho de folhas (As vezes outras coisas) que tem uma função de limpeza no candomblé e na umbanda.

Esse banho é preparado pelo zelador da casa de axé, tendo sua forma particular de fazê-lo, cada casa tem sua combinação de folhas. Esse banho fica guardado dentro de um jarro grande  chamado de Porrão.

Esse banho é um complemento de outros rituais, é um axé, seja para banhar as contas de orixá, dar banho pra depois fazer um ritual, entre outras funções.



Dentro das nações de Candomblé, e até algumas umbandistas existem vários ebós que se destinam à limpeza do corpo e do espírito de um ser vivo. Eles servem para desmanchar tudo de ruim que existe nesse ser, desde o negativo de seu odú, até mesmo, trabalhos de magia negra que foram realizados contra ela.

Dentro desses ebós, existe como complemento, o banho de abô. Esse é preparado com várias ervas que são maceradas em água limpa, e seu processo é complexo: começamos com a escolha do dia em que vamos até a mata para recolhermos as ervas que deverão ser utilizadas na preparação desse banho.

Após a escolha do dia, tanto o zelador como as pessoas que vão lhe auxiliar, devem se resguardar por um período de três dias, sem sexo, bebida alcoólica ou qualquer outro elemento que “suje” seu corpo.

Na véspera de se ir à mata para recolher as ervas, deve-se preparar os presentes para Ossaim: mel, fumo de rolo picado, búzios, moedas e até suas comidas rituais a fim de que o mesmo nos permita retirar as folhas sagradas.

No dia seguinte antes do sol esquentar, as pessoas saem do barracão vestidas de branco, e sem conversar nada pertinente ao mundo, adentram na mata para recolherem as ervas que servirão para preparar o banho, que podem variar de caso para caso.

Após recolherem as ervas, as pessoas voltam para o barracão e deixam as folhas descansarem por um período de no mínimo seis horas para somente depois começarem a preparar o banho. Todo esse processo é restrito às pessoas devidamente preparadas e com tempo de feitura suficiente para se saber como se prepara o abô.

O banho de abô deve ser condicionado em um pote de barro, denominado porrão, também sagrado para os rituais de Candomblé seja ele de qualquer nação.

Assim o abô era feito antigamente, quando as casas de santo eram roças de orixá distante das cidades grandes e se tinha acesso à matas, e não se tinha acesso a carros, e outras tecnologias...

Após seu preparo o omin eró tem a função de limpar o corpo das pessoas e, no caso de iniciação é ele que vai trazer o Orixá para a terra. Nunca devemos usar esse banho com outra finalidade que não seja a de limpeza, pois seus fundamentos são muito grandes, e após tomarmos esse banho, nem mesmo caboclo ou outra entidade de Umbanda se incorpora em seu médium.

A maioria dos elementos rituais numa casa de santo são passados nos banhos de abô para sua purificação: alguidares, louças, fios, montagens, paramentas, artigos dos igbás, roupas, até o chão barracão é lavado com abô.

Muitos assistentes costumam ir nas casas de santo e levar numa garrafa abô para lavarem suas casas ou tomarem banho.

O banho de abô tem muita utilidade dentro do axé orixá, e casa nenhuma deve ficar sem o mesmo, pois sua força é muito grande e, ele tem a força para repelir qualquer aproximação inferior. Uma pessoa obsediada melhora imediatamente, e nenhum egun fica encostado no momento em que se joga o banho de abô. Se continuar passando mal é marmotagem e invenção da pessoa (animismo).

Espíritos errôneos jamais se aproximam de uma pessoa que toma esse banho, pois sua essência aproxima de forma direta o Orixá da pessoa e este jamais compactua com espíritos inferiores.


O ERÓ DO ABÔ:

As ervas escolhidas para a composição do abô são um segredo que varia de nação para nação, de zelador para zelador e por isso não se divulga essa seleção. Geralmente as ervas eró (frias) são as mais usadas, mas as quentes (gun), e as outras entram nessa composição para equilibrar também. A lista é muito extensa, variada e revelada somente aos iniciados nos cultos e pessoas graduadas hierarquicamente.

Com tempo o abô amadurece, as folhas imersas na água e o sumo das folhas começam a se decompor (responder) e este fica com um cheiro forte e característico. Diz-se os mais antigos que o cheiro forte do abô afugenta toda a negatividade.

Nunca se deve falar que “o abô fede” isso quizila a Ossain e o banho não surte efeito.

Em algumas casas o abô “come”, são feitos sacrifícios dentro do pote, ou quando Ossain come, vai um pouco de ejé dentro deste.

Em outras casas há a tradição de se beber o banho de abô (...) em alguns casos, tipo se a pessoa ingeriu bebidas alcoólicas antes de se chegar na casa de santo.

Em alguns templos umbandistas o abô é preparado com os temperos dos orixás como: orí, dendê, mel, sal, azeite, pemba.

Vale ressaltar que esses fundamentos são variáveis e não “via de regra” e estes são adotados conforme os preceitos e fundamentos dos zeladores e suas respectivas nações.

CUMINHEIRA

CUMINHEIRA





A Cuminheira é muito importante no candomblé, ela carrega consigo um grande axé. quando um zelador/zeladora vai abrir uma casa de santo (Ilê), é feito varios assentamentos e fundamentos, um desses é a cuminheira.

É feita uma consulta aos búzios, para dizer qual orixá estará representado na cuminheira, lembrando que ela não é feita para o orixá da casa, sempre para um outro orixá.

O jogo de búzios também dirá todo ritual da preparação, pois esse orixá alí “Assentado” dará sustentação ao axé da casa.

Na cuminheira se esconde os mistérios dessa casa, alí estão colocados objetos especiais para a casa e o zelador. ela será o sustento da casa com o passar do tempo.

Não se deve revelar o orixá que está naquela cuminheira, muito menos a qualidade, apenas quem cuida dela saberá. sabendo o orixá da cuminheira, a casa pode estar nas mãos dos inimigos.

É comum que quando se mexa na cuminheira, os filhos ainda com menos de sete anos virem no seu orixá, ou, qualquer que seja o orixá que vire nessa casa, salve essa cumunheira.

É debaixo dela que nascem os filhos dos orixás e que são feitos as maiores obrigações.

Algumas casas enfeitam a cuminheira de acordo com o orixá ali colocado, mas isso facilita que se identifique o orixá, aos olhos de um não leigo na religião.


Não se deve mexer na cuminheira de “Corpo Sujo”, pois é alí que esta um orixá e a vida dos filhos de santo.

24 de março de 2015

BOLAR NO SANTO

BOLAR NO SANTO





Quando uma pessoa “Bola no Santo”, é um indicio de que o orixá quer a feitura do seu filho.
Quando acontece o “Bolar no santo” a pessoa perde os sentido e cai no chão. Para uma melhor explicação, ela recebeu uma carga forte do orixá e não suportou.
A pessoa é recolhida e levada para um quarto de santo, lá ela é acordada e lhe é dito tudo que aconteceu, se for da vontade dela, pode se iniciar.
Caso a casa tenha recebido nesse dia uma visita de outro sacerdote, antes de recolher essa pessoa é estendido um Pano branco sobre ela.
Muitas casa de Axé, fazem um ritual chamado Bolonã, para saber se o filho vai ou não se iniciar como Yawô.
O ato de Bolar parece muito complicado, mais na verdade é simples, pois a pessoa não é obrigada a se iniciar, ela pode esperar até ter condições. Ou se não for da vontade dela raspar o santo, ela pode permanecer como Abian.
As pessoas podem bolar até em cantigas de Xirê que não tenha haver com seu orixá, também é comum bolar no Xirê de Oxalá, pois ele é pai de todos. Não significa que se bolou em cantiga de um orixá, seja dele.


Bolar é o mesmo que perder a consciência. É quando a energia de um Orixá passa perto de uma pessoa que não está preparada para receber tamanha carga, sendo assim está pessoa cai desfalecida, esse fenômeno é chamado de BOLAR NO ORIXÁ.
Na verdade, O ato de Bolar é uma declaração pública de que aquele determinado Orixá quer a iniciação da pessoa, uma forma de chamar a atenção. Mas vale lembrar, que quando está bolado no Orixá não quer dizer que a pessoa esteja manifestada no Orixá, na verdade alí e o adormecimento dos sentidos corporais, mas Orí está acordado.

VERDADE QUE A PESSOA QUE BOLA NO ORIXÁ TEM QUE FAZER SANTO?

Não, fazer santo é uma escolha pessoal, sua! Orixá manifesta a vontade de querer uma iniciação, mas não obriga ninguém a se iniciar.
Quando a pessoa é acordada deste estado, lhe é contado o que aconteceu e dali pra frente as decisões a serem tomadas partem dela, iniciar ou não!
Orixá não obriga ninguém a nada. Essa história de que se bolar tem que sair raspada do barracão é historinha, pois o Orixa entende que a pessoa tem que ajustar a vida aqui fora pra entrar em Roncó, não é apenas largar tudo e passar 21 dias de obrigação e sair de lá com a vida bagunçada.

O QUE É BOLONÃ?

Bolonã é um ritual, que ainda reside em muitas casas, que é simplesmente provocar alguém a bolar. serve para confirmar se alguém é ou não rodante e também o orixá dela. Ritual feito com um cantigo específico de bolonã para cada Orixa, onde a pessoa que vai se iniciar passa… (Não posso falar mais kkkk)
Pessoas de cargo do terreiro cantam, gritam, saúdam o orixá e a pessoa desfalece (BOLA) na hora que o cantigo se refere a divindade da pessoa.
São 21 Cantigas.

O QUE ACONTECE DEPOIS QUE SE BOLA NO SANTO?

Bom, esse assunto não se pode publicar muito sobre. Não tem nada demais… Mas é questão de preservar o Axé.

Mas pra não deixar muita curiosidade, basta falar que a pessoa é levada pra um local sagrado do barracão e posteriormente é acordada.

QUARTINHAS DOS ORIXÁS

Quartinhas Dos Orixás






As Quartinhas de santo, são jarrinho nos quais preenchemos de água e oferecemos ao orixá. A Água é a fonte da vida e por isso impressindível.
Dentro da quartinha do orixá terá o Otà (Pedra), Omin (Àgua) e talvez haja um Obì (Fruto Sagrado).
O Dono da quartinha trocar a água da quartinha (Tirar a água velha e por uma nova) e depois acender uma velha, fazendo pedidos e agradecendo ao orixá. Tudo isso simboliza uma renovação do axé e da vida, já que a vida (Água) foi renovada.
A Quartinha parece ter vida, pois ela transpira por meio do material de que foi feito. Devemos ter muito respeito por ela, pois ela é uma união de energias, todas essas entre você e seu orixá.
A Quartinha fica ao lado do assentamento do mesmo Orixá, fazendo assim uma maior conscentração de energia.
As quartinhas de barro podem ser oferecidas aos orixás homens, com exceção à Oxaguian e Oxalufan (Orixás FunFun) que recebem quartinhas de louça branca.
As Yabás (Orixás mulheres) Recebem geralmente quartinhas de louça florida e enfeitada de suas respectivas cores; Iansã em muitas casas recebe quartinha de Barro.
As Quartinhas com Asa é entregue às orixás mulheres e sem Asa para os Orixás Homens.


Antigamente na áfrica todas as quartinhas eram de barro, mas com a vinda dos negros para o Brasil, as escravas se encantaram pelas porcelanas portuguesas das senhoras, e assim passaram a enfeitar mais esses pequenos jarrinhos.

PALHA DA COSTA

A PALHA DA COSTA

A palha da costa é uma fibra de ráfia muito usada nos cultos de Orixá, indispensável em diversas obrigações. Conhecida como Ìkò é extraída da palmeira e nome em Yorubá Igí-Ògòrò.
Dentro do candomblé é muito vista nos cultos de Omolú e Obaluwayè sendo usada para confecção da roupa destas divindades, que se caracterizam por vestir seus corpos como esse tipo de palha, da cabeça aos pés.
Outro momento em que esta fibra é utilizada é n confecção de Umbigueiras, Mókàn e contra-Egúns, usados para afastar espíritos que possam atrasar os adeptos da religião, não comprometendo o período de obrigação destes filhos de axé.

A representação é simples, acredita-se que esta palha represente a vida e a morte como um ciclo de vida, representa a imortalidade da alma e a eternidade da vida espiritual.

21 de março de 2015

MÉDIUNS: CONSCIENTE, SEMI-INCOSCIENTE E INCOSCIENTE

O CASO DOS CHAMADOS “MÉDIUNS CONSCIENTES” NA MECÂNICA DA INCORPORAÇÃO OU TRANSE... CONFUSÃO, DÚVIDAS, SUGESTÃO ANÍMICA, TESTE


Agora que acabamos de tecer algumas considerações sobre certos aspectos da mediunidade na Umbanda (o que é indispensável em todos os nossos livros), vamos entrar com um ângulo especial; vamos elucidar mais uma vez a questão do chamado “médium consciente” de incorporação...

O denominado dom consciente é um dos fatores de maior perturbação, confusão, desacertos e erros... quer na Corrente de Umbanda, quer na própria corrente kardecista.

Nesta é que foi criada tal qualificação, geradora das eternas dúvidas...

Mas examinemos o caso de maneira mais simples possível, porque se impõe mais uma vez novos esclarecimentos... relembrar verdades.

O que nós na Umbanda qualificamos de mecânica de incorporação é o mesmo que o chamado transe mediúnico na doutrina kardecista.

No kardecismo ou em suas obras básicas, diz-se que o médium quando em transe pode ficar inconsciente, semi-inconsciente e consciente.

Troquemos isso em miúdos: quando inconscientes no transe, não sabe de nada do que está se passando, quer com o seu corpo físico, quer no ambiente ou com as pessoas etc., nessa dita ocasião.

Ele – o médium – está tomado completamente, quer no seu psiquismo, quer no seu sistema nervoso, quer nas partes motoras de seu organismo: por isso está inconsciente – caiu em sono profundo... a entidade incorporante dominou tudo e passa a comunicar-se...

No segundo aspecto – o semi-inconsciente, o médium apesar de dominado em suas partes sensoriais e motoras, ou seja, se a entidade incorporante, consegue dominar o seu corpo físico (inclusive pelo órgão vocal), consegue também envolver ou frenar todo o seu sistema nervoso ou neuro-sensorial e faz uma espécie de ligação ou “casamento fluídico” com o psiquismo do médium em transe, o qual por via disso fica com o seu citado psiquismo assim como que em passividade, deixando que a comunicação da entidade incorporante se processe firmemente (sim, porque na maioria dos casos, mesmo que tente interferir, não tem forças: bem entendido – se é médium de fato e de direito) ou que possa fluir através dele,
inclusive por sentir que seus órgãos sendo dele – médium – naquela ocasião ou no transe não são mais dele (temos que usar termos assim, para descrever um fenômeno que somente os que têm mesmo esse dom poderão confirmar que estamos dizendo exatamente o que se passa).

Dá-se com o médium semi-inconsciente uma espécie de afastamento forçado de sua vontade, de sua ação ou força de interferir na atuação ou na comunicação da entidade incorporante: todo ele fica frenado durante o citado transe...

Nessa altura – convém repetirmos – o médium semi-inconsciente não tem domínio direto sobre seus órgãos motores, ou seja, em seu corpo físico, nem pode dominar as reações nervosas que por acaso ocorram e por incrível que pareça, até o seu órgão vocal passa a retransmitir passivamente a palavra (ou a comunicação), impulsionando completamente por outra inteligência operante, que tanto pode ser o seu protetor ou guia ou mesmo um espírito qualquer...

Quando o médium semi-inconsciente tem de fato esse dom bem equilibrado ou em estado de bom funcionamento, acontece quase sempre um outro fenômeno curioso com ele: durante a ocasião em que se processou a incorporação, de tudo o que se passou (ou passa com ele ou em torno dele), ou guarda ligeiras recordações ou acontece mesmo esquecer e ainda lhe é difícil reter corretamente na memória as comunicações faladas ou cantadas (no caso de ser da Umbanda)...

Guarda apenas na memória, por vezes, o sentido ou as impressões boas ou más causadas por ela – a comunicação – ou pelo próprio espírito incorporante sobre as outras pessoas...

Mas, isso acontece quando o médium tem de fato e de direito o dom da mecânica da incorporação...

Antes de falarmos do chamado dom da mediunidade ou de “médium consciente”, devemos ressaltar mais alguma coisa sobre essas duas modalidades acima descritas.

Na Corrente Astral de Umbanda, de fato e de direito, os Guias e Protetores – nossos caboclos e pretos-velhos, são, sem a menor dúvida: os primeiros, verdadeiros magos, entidades de conhecimentos profundos, mestres na alta magia, com centenas de reencarnações (muitos já isentos disso) e com lições e experiências em vários setores da vida humana e astral...

Quanto aos segundos... os Protetores, embora estejam abaixo daqueles, são entidades evoluídas, tem conhecimentos seguros sobre várias coisas e principalmente das leis kármicas.

Foram grandes rezadores, curandeiros, médicos, advogados em suas sucessivas reencarnações.

Enfim: por menor que seja o grau evolutivo desses espíritos como Guias e Protetores (na Umbanda) sempre estão acima do grau evolutivo de seus eventuais médiuns ou aparelhos...

Assim sendo, dadas suas luzes, seus graus de adiantamento, é raro escolherem um médium da chamada fase de incorporação inconsciente...

Porque, esses, são aparelhos “mais brutos”, são assim como que “pegados à força” e isso não condiz com a natureza vibratória deles...

Esses raros aparelhos inconscientes – simples veículos ou “cavalos”, estão mais condicionados aos ambientes mediúnicos inferiores, assim como os terreiros de quimbanda ou seja: a essa mistura humana de “candomblé e umbanda” com seus rituais confusos e espalhafatosos, barulhentos etc...

Então – os nossos Guias e Protetores gostam mais de escolher as criaturas que portem o dom na fase de semi-inconsciência. É a modalidade mais adequada, mais apropriada à Corrente Astral de Umbanda (com acentuada propensão dos Guias para escolher médiuns de dons mais elevados, como seja, à clarividência, a vidência e principalmente os de sensibilidade psíquica astral extraordinária)...

Porque os médiuns da modalidade acima são mais firmes, adquirem uma grande confiança em seus protetores espirituais, em suma, uma poderosa convicção mediúnica em si e neles, em conseqüência das comunicações, conselhos, trabalhos, efeitos etc. E é justamente por isso, por causa desse ângulo, que muitos acabam fracassando. Mas deixemos isso agora de lado, visto mais para adiante se encontrar um estudo quase que completo sobre o assunto. E é em relação com o exposto que podemos asseverar que as entidades no grau de GUIAS costumam operar mais através de aparelhos já bastante evoluídos, já com adiantado discernimento, ou seja, já bem conscientes da responsabilidade decorrente de uma missão ou da condição mediúnica. Por isso é que esses são raros...

Quanto às entidades no grau de PROTETORES, seguem mais ou menos as pegadas dos Guias, isto é, também procuram aparelhos em condições as melhores possíveis... e mesmo assim, quer uns, quer outros, costumam se “transviarem”...

Então o que podemos dizer dos aparelhos que são tão-somente simples veículos, geralmente forçados a essa função mediúnica? Não tem e não querem (a maioria, há de haver exceções) nenhum esclarecimento, mesmo porque, não estão ainda em condições de um alcance maior ou de um entendimento já acessível à leitura, à doutrina etc...

São esses que comumente “acontecem” nos terreiros de baixa tônica espiritual e que são levados ou “pegados à força” pelos seus protetores ou espíritos afins... e assim sendo, quase todos são da mecânica de incorporação, fase dita como inconsciente, pelo menos permanecerão nessa fase até melhorarem em seus graus evolutivos. Sim, porque há os que melhoram, evoluem também...

Feitas essas considerações, tratemos agora diretamente da decantada e espinhosa questão dos chamados “médiuns-conscientes”... Cremos ter ficado bastante claro que o médium cujo dom o situou, na mecânica de incorporação ou transe, na fase inconsciente ou semi-inconsciente, é porque, obrigatoriamente, tem que se sentir atingido, ou seja, dominado, semidominado, envolvido, frenado etc., em três pontos capitais, nas partes: psíquica, sensorial e motora...

Se assim não fora, é porque positivamente não é médium de incorporar espíritos; não tem o dom mediúnico na mecânica de incorporação ou transe.

Pois bem: como admitirmos ser ele consciente, isto é, vendo tudo, sabendo tudo, tão lucidamente, a ponto de dizer o que quer e até “torcer” de moto-próprio e reconhecer que está “incorporado” ou que uma entidade está incorporada nele?

Sim, porque encosto já entra noutro aspecto: é coisa que fere, que contunde, que atua, que transtorna, que irrita seu corpo astral, mas não é contato-mediúnico, não é dom – é sim atuação negativa. É ou não um paradoxo, um absurdo?

Pois se diz – e está provado – que é denominado assim como “médium consciente”, porque fica tão lúcido, tão senhor de todos os seus atos “mediúnicos” que invariavelmente, duvidam de si e dos outros também... pois se não são nem vibrados, nem ao menos sentem nem os característicos tremores, sacolejos, os fluidos magnéticos de contato em certas zonas, de plano conhecimento dos verdadeiros médiuns de incorporação, que identificam até quando é de “caboclo ou preto-velho” etc... pelas ditas zonas neuro-sensoriais do corpo físico, que as entidades logo influenciam quando tomam contato e fazem “ponto”, ao preceder da incorporação propriamente dita... Pois o que acontece e está acontecendo, confundido, causando dúvidas cruciais, são três fatores que ninguém quer levar em consideração: a vaidade, o animismo e a mediunidade de irradiação intuitiva – a mais comum de acontecer numa corrente de Umbanda.

No primeiro fator, a criatura quer ser médium de incorporação de qualquer jeito. Tem essa vaidade; quer o “seu caboclo ou o seu preto-velho” também, porque os outros os tem. Então “forja” as ditas incorporações e se apresenta mascarado com um ou com outro. No segundo fator, temos o tão discutido animismo, que é uma própria exaltação do espírito da criatura, sugestionado, devido a seus ardentes desejos, a seu misticismo, alimentados pelas ondas vibratórias (de pensamentos) do ambiente e acaba apresentando-se também “com o caboclo fulano ou sicrano”...

No terceiro fator, temos justamente o desvio “nevrálgico” de criatura médium mesmo.

Sendo que, nesse caso, que é o da maioria, a criatura tem a mediunidade de irradiação intuitiva e não se conforma com isso. Ele também quer “o seu caboclo” visível, sensível e palpável ou para todo “mundo ver”...

O que acontece então? Ele que poderia receber as irradiações de uma boa entidade protetora, em seu estado normal, assim como que telepaticamente e, pelas intuições projetadas em seu campo mental, ser muito útil, cumprindo a sua parte, termina nem se prestando a isso nem as outras coisas... Assim, digamos logo de vez: quer nas sessões kardecistas, quer nas de Umbanda, os médiuns que mais dão “mancadas” (desculpem o termo de gíria), embaraçam tudo, confundem tudo e dão mais trabalho são exatamente esses considerados como “médiuns-conscientes”, porque vivem na tola pretensão de “incorporar” entidades que só existem nas suas imaginações... 

Uns fazem assim pela pura ignorância dos simples, outros por serem sugestionados pelos “seus chefes-de-terreiro” a isso e ainda outros mais porque, mal orientados desde o principio, criaram um tal “cascão” de sugestão anímica que, se lhes for provado que não estão incorporando nada, ficarão perturbadíssimos, tal o impacto da verdade a que muitos não tem resistido...

Em suma: o denominado médium consciente, ou melhor, o chamado dom de mediunidade consciente não existe como fazendo parte da mecânica de incorporação ou transe... Essa denominação somente pode se aplicar aos médiuns sim, mas de irradiação intuitiva, que é tão boa e tão útil quanto as demais. Isto é que é o certo. Quanto ao mais é querer tapar o sol com uma peneira. 


E ainda como finalíssima: e porque tudo isso assim é, quase todos tem verdadeiro pavor de uma palavra “tabu” a qual ninguém aplica se quer ter paz nas sessões (quer de umbanda, quer kardecistas) e mesmo se não quer espantar os seus “médiuns”... Esse “tabu” chama-se TESTAR... Ninguém quer ser testado em seus “mediunismos”...