Cigano Tiago e Cigana Miroan

                               







                                            
                               

Cigano Tiago Cigana Miroan

Cigano Tiago e Cigana Miroan

A mocidade passou pelo Cigano Tiago sem que ele percebesse os males que acarretaria com seu modo de viver desregrado. Bebia em excesso, fumava de forma compulsiva, além de passar noites e noites em claro com mulheres diferentes devido seu caráter boêmio, e para piorar o quadro, viajava muito sem pouso certo para descanso ou boa alimentação. Quando se deu conta que já passava dos trinta anos, estava afastado da família e nada construíra de sólido, então repensou nos rumos que tomaria. Com algumas sequelas da vida pregressa (pulmão fraco, magreza mórbida e dentes comprometidos), voltou a morar em seu clã para que dele cuidassem, e assim foi feito, posto seus males não serem irreversíveis. Em aproximadamente dois anos Tiago parecia outra pessoa: deixou os vícios, voltou a ter aparência saudável, e se empenhou em utilizar os ensinamentos dos ancestrais que aprendera desde criança, e viveu um grande amor, amor esse com Miroan, veja a história desse amor:
Era Córdoba, uma cidade da Argentina. Os carroções chegaram a essa cidade e logo se posicionaram em círculos. Era à tardinha. Quando a noite chegou, Tiago acendeu a fogueira e as conversas correram animadas entre os ciganos. A Lua esta cheia, Kapisteano pegou seu violino e os ciganos começaram a dançar; em que alegria ficaram! A ceia e a alegria foram até o amanhecer.
Era o dia 10 de Outubro de 1880, de manhã. As ciganas Miroan, Pojiana e Técia foram para a praça de Córdoba, para fazer seu trabalho de cartomancia. Lá chegando, Miroan conheceu um moço e os dois começaram a conversar. Depois de várias horas, Pojiana e Tácia aproximaram-se e disseram:
- Miroan, vamos embora. Você ficou aí e não trabalhou. Já é tarde, vamos para o acampamento .
O moço perguntou a Miroan:
- Como faço para revê-la?
Miroan respondeu:
- Amanhã, estaremos aqui neste mesmo horário. – E afastou-se.
Chegando ao acampamento, Pojiana disse a Miroan:
- Espero que você não se esqueça de que é uma cigana; esse moço mexeu com você.
Miroan riu e disse:
- Nós, ciganas, não podemos nem ter segredos, pois somos todas iguais, todas sabemos o que vai no pensamento dos outros.
Pojiana disse:
- Cuidado, pois o amor está chegando a seu coração.
Miroan disse a Pojiana:
- Realmente, um dia eu vou me apaixonar, mas por um cigano. Porém, se não for um cigano e sim um gajão, lutarei até o fim da minha vida para ser feliz.
Os dias se passaram. As três ciganas estavam sempre naquele lugar. E aconteceu o que Pojiana dissera: Miroan apaixonou-se. Tiago e Kapisteano chamaram Miroan para uma conversa. Tiago foi o primeiro a falar.
- Querida Miroan, sei de tudo o que está acontecendo com você. Miroan, você não pode se esquecer de que é uma cigana e nunca poderia ser feliz longe de seu povo e, principalmente, da sua doutrina. Esse moço não irá deixar os seus costumes para viver os nossos.
Depois, foi a vez de Kapisteano falar.
- Querida Miroan, quer ter uma prova de tudo o que Tiago disse? Peça a esse moço que abandone tudo e venha para o nosso acampamento com você. Nós, ciganos, estaremos de braços abertos. Vocês se casarão no ritual e vivere-mos todos juntos no grupo cigano.
Miroan deu um beijo no rosto dos ciganos e foi descansar. De manhã, levantou-se bem cedinho e foi ao encontro do moço. Lá estava ele. Miroan falou tudo o que Kapisteano lhe dissera e ficou esperando a resposta afirmativa. Foi quando o moço falou, aborrecido:
- Está louca? Eu ser cigano, nunca! Gosto de você, mas é você, Miroan, que tem de deixar de ser cigana, não eu. Você não voltará para o acampamento. Vamos para a minha casa agora.
Miroan levantou a cabeça e uma lágrima rolou em sua face. Logo se recuperou e disse:
- Nunca deixarei meu povo para acompanhar um amor falso. Quando o amor é verdadeiro, um tem de ceder, mas o que você me pediu é um absurdo.
Miroan afastou-se. Chegando ao acampamento, abraçou Kapisteano e disse:
- Você estava certo!
Nisto, aproximou-se Tiago, Miroan jogou-se nos braços dele e disse:
- Querida muito ser amada por um cigano como aquele moço estava me amando.
Chorando, Tiago disse:
- Eu Te Amo desde menino, mas nunca falei, pois teria de esperar o momento certo. Hoje é esse dia.
Daquele dia em diante, começou o romance, até o dia do casamento. Tiago e Miroan casaram-se no dia 24 de Maio de 1881, dia de Santa Sara.
O casal foi muito feliz. Miroan teve três meninas. Mara, a filha mais velha, nasceu no dia 8 de Maio de 1882; Maiane nasceu no dia 13 de Dezembro de 1883; e Marrin nasceu no dia 24 de Maio de 1885. O falecimento de Miroan foi no dia 13 de Agosto de 1901. Sete meses depois, no dia 2 de Março de 1902, Tiago veio a falecer também. Todos do grupo sabiam que Tiago não suportaria viver sem Miroan. Por isso, os dois espíritos vêm hoje à Terra para proteger as famílias. Miroan é o espírito do amor maternal.
Miroan e Tiago. O Amor eterno que nem a morte separou, pois, hoje, esses espíritos continuam juntos fazendo a caridade.
Tiago era um cigano sábio pertencente a caravana da luz de Wlanasha e Wladimir, os guardando dos males do mundo. Realiza seu trabalho auxiliando-nos encarnados e desencarnados na busca da sabedoria, estabilidade e na firmeza das ações. Vitaliza na essência de cada um a perseverença das nossas provações, direcionando-nos no sentimento da fé. Quando quiser conversar com ele acenda uma vela amarela e um incenso de rosas amarelas. Juntamente com um copo de água se estiver passando por chateações. Podê atuar com as propriedades terapêuticas das ervas, assim como pela leitura da sorte através de dados e de patacas. Ganhou fama de bruxo, passando a ser muito respeitado por onde andava. A alternância de punhais em cintura transformou-se em lenda: diziam que ele os colecionava para cortar magias nas noites de lua cheia. Quando chega em terra faz saudação à Santa Sara e loco começa a trabalhar. Emite passes de cura, dá conselhos sábios e se dispõe a ajudar pessoas que se sintam sós e desamparadas. O Cigano Tiago gosta de usar sempre um lenço combinando com a faixa, estes conjuntos podem ser nas cores vermelha, amarela ou verde; vibrações das cores de seu trabalho. Como adorno tem preferência por anéis grossos e sem pedras, aprecia cordões, pulseiras e pequenas argolas – todos seus acessórios são na cor dourada.
Para agradá-lo em oferenda faz-se com punhal, dados, vinho, maça ou pêra. A vela de Tiago é amarela e os incensos de que ele se agrada são os de essências de ervas. Quando Tiago é solicitado, independente da pessoa ser médium, o mesmo se conecta com quem o chama por meio de suas oferendas que podem ser entregues no quintal, em jardins ou praias, devido a entidade apreciar energias de locais ligados à natureza.


Cigana Miroan


Cigana Miroan é sua companheira desde muitas vidas. Ela cuida da família, dos sentimentos, da saúde e do amor incondicional. Trabalha assim com velas de cor rosa.
Muitas vezes na vida parece que estamos sozinhos e mal amados, às vezes esquecemo-nos de alguém ou até magoamos quando desejamos agradar, os amigos parecem que não nos estende e a família muito menos. Esquecemos de quem somos, e esquecemos-nos do mundo; e tudo fica sem graça. E é nestes momentos que Miroan pode vim lhe ajudar, sua energia é tão fantástica que o mundo ganha até mais cores na sua presença, pois ela trabalha com o amor incondicional, cuida dos assuntos sentimentais, auxilia nos problemas de família e até mesmo em caso de doenças. Não costuma pedir muito, apenas uma vela rosa é o suficiente para ter uma conexão com ela, mas se quiser algo pomposo ela vai aceitar de bom grado.


Ritual de abertura de caminhos com ajuda da cigana Miroan

Ingredientes:

1 punhado de pétalas de rosa amarela
1 punhado de pétalas de rosa vermelha
1 punhado de pétalas de rosa cor de rosa
1 punhado de pétalas de rosa branca
1 maçã cortada em quatro pedaços
1 pêra cortada em quatro pedaços
4 pratos de papelão dourado
4 velas: 1 rosa, 1 amarela, 1 branca e 1 vermelha

Modo de Fazer:

Faça esta oferenda na Lua Crescente. Leve todo o material para a beira de um rio. Arrume os pratos debaixo de uma árvore bem frondosa. Passe no corpo os pedaços de maçã, pedindo para abrir seus caminhos; coloque um pedaço em cada prato. Faça o mesmo com a pêra. Passe simbolicamente as pétalas de rosa colocando cada punhado de uma cor em cada um dos pratos. E pedindo à cigana Miroan a abertura de seus caminhos. Acenda cada vela no prato onde estiverem as pétalas da sua cor.