5 de março de 2015

MANUAL DO ABIAN/YAWO

MANUAL DO ABIAN/YAWO


PORQUE SE SAÚDA O ORIXÁ TOCANDO O SOLO
SACRIFÍCIOS
POR QUE O CULTO DO ORIXÁ É CHAMADO DE CANDOMBLÉ?
MAS, POR QUE ESSE CULTO FOI DENOMINADO DE CANDOMBLÉ?
PORQUE NÃO SE DEVE ASSOVIAR DENTRO DA ROÇA???
O QUE SÃO OFÒ, ÀDÚRÀ E GBÀDÚRÀ, ORÍKÌ, ORIN ?
JUNTÓ, SEGUNDO ORISA?
VESTIR PRETO NO CULTO AOS ORIXÁS
O QUE É ABION – ABIAN - ABIÃ
HIERARQUIA DO CANDOMBLÉ
OBRIGAÇÕES DE CANDOMBLÉ
CARGOS OU GRAUS HIERÁRQUICOS

1- Seja abiãn o maior tempo possível. Isto aumentará suas certezas e diminuirão riscos e erros. Pondere, pense, reflita muito antes de iniciar e prestar seu compromisso perante os Orixás e guias da casa que está freqüentando.

2- Não escolha a casa pela aparência ou pelo status que ela tenha ou pode lhe dar. Às vezes, a embalagem impressiona, mas o conteúdo é frustrante.

3- Não faça Santo porque acha bonito, porque seus amigos fizeram ou porque você acha que sua vida vai melhorar. Faça porque seu coração e sua consciência mandaram.

4- Não apresse o tempo. Na Umbanda e no Candomblé tudo tem sua hora e o momento certo pra acontecer.

5- Respeite a hierarquia, pois você também faz parte dela. A Umbanda e o Candomblé chegaram até aqui graças a ela. 

6- Respeite, honre e seja fiel ao seu axé, seus zeladores e hierarquia, e acima de tudo seja fiel a você mesmo e aos seus Orixás e guias. 

7- Não fale mal de pessoas e nem de outras casas. Nada e nem ninguém é perfeito, inclusive você. Da mesma maneira que você criticar será criticado, a maneira em que você age ou procede é o valor que você terá junto ao Orixá.

8- Seja sempre humilde e educado e trate a todos da mesma forma que gostaria de ser tratado.

9- A Umbanda e o Candomblè são religiões que exigem presença, dedicação e sacrifícios. Se você não pode dar os três ao mesmo tempo, não entre para a religião.

10- Cuide e zele pelo patrimônio do seu axé como se fosse a sua casa. Contribua, colabore, ajude no que for preciso e nunca deixe ninguém te apontar como ausente ou inútil.

11- Tenha orgulho e honra por ser abian, a grande maioria começou assim, e casa de santo sem abian não funciona. Mas se esforce para ser um bom filho, honrado, prestativo, disposto.

12 – Você não é obrigado a permanecer num barracão ou na presença de um zelador, hierarquia ou guia que não se sinta bem e seja bem acolhido. Seja honesto e digno, dê um adobá no pé do orixá peça agô ao zelador com respeito e humildade, agradeça por tudo e saia pela porta da frente, sem quizilas ou mal-entendidos.

13 – Na casa de Axé sempre tem coisas para fazer em dia de EBÓ o Zelador vai precisar dos Filhos de Santo para ajudar a preparar o EBÓ, o ideal e certo é dos filhos fazerem a preparação e não o Zelador esse deverá ficar em descanso se preparando para o EBÓ, e não poderá ter pressa nem desanimo ou estar nervoso ou irritado com aquele pensando NÃO VEJO A HORA DE ACABAR ESSA COISA,  fazer as coisas com AMOR, COM RESPEITO, COM HUMILDADE, pois o seu desanimo pode afetar o EBÓ e os Orixás ou as entidades a que vai ser ofertados o EBÓ pode se afastar e tudo que fez tudo que comprou ficara perdido. Portando faça com AMOR, RESPEITO, HUMILDADE.

14 – Quando estiver reunidos o Zelador e os filhos na hora do almoço ou jantar, primeiro é servido o Zelador e depois o mais velho e assim por diante. Fazer o seu prato e antes de comer devera levantar o prato e dizer AJEUN MEU PAI e ELE IRA TE RESPONDER AJEUN MAN, e dizer a pessoa mais velha no santo e aos seus irmão...Exemplo:
       ZELADOR: Levante o Prato e Diga AJEUN MEU PAI
        MÃE ou PESSOAS MAIS VELHAS DIGA A MESMA COISA AJEUN MINHA MÃE
        AJEUN EKETI..AJEUN     
        OGAN..
        IRMÃOS DE SANTO: DIGA AJEUN MEUS IRMÃOS
        E TODOS ELES VÃO TE RESPONDER AJEUN MAN...

O Filho de Santo ou Yawo ao chegar ao Templo, o procedimento correto é:

1) Amarrar um pano-da-costa no peito (mulheres);

2) Ir direto para a cozinha beber um copo de água para esfriar o corpo da rua, sem fazer paradas, não falar 
com ninguém para bater papo e colocar a fofoca em dia; 

3) Ter tomado o seu banho de descarrego e ir trocar sua roupa;

4) Saudar Exú e o Orixá chefe da casa, bater cabeça no Peji, e para os pai(s) ou zelador(es) da casa;

5) Tomar a benção a TODOS os seus irmãos, sendo mais velhos e mais novos, de acordo com a ordem iniciática. Agora sim, caso não haja nada em que se possa ajudar (muito embora seja impossível, pois em uma casa de santo sempre tem algo a ser feito), depois pode ir colocar seu tricô em dia.

6) Respeite o seu Zelador, não trate o seu zelador como se fosse um amigo, trate o seu Zelador com respeito. Ele é Zelador do Orixá e é o Pai, deve sempre chamar de PAI no barracão na casa ou onde estiver sempre chamando ele de PAI e ao pedir a Bença se curve.

7) Nunca interrompe o Zelador quando estiver conversando com alguém, mas se for necessário mesmo e não pode esperar peça licença dizendo Agô e ai ele vai te responder AGÔ YA.

8) O Filho de Santo ou Yawô se vai dormir no Terreiro deve levantar antes do sol nascer ou junto com o nascer 
do sol.

9) O Filho de Santo ou Yawô ao se levantar não deve falar com ninguém, deve antes lavar seu rosto e boca, 
isso é para apagar os vestígios ou traços espirituais que eventualmente tivesse vindo rondá-lo durante a noite a fim de colher nos seus lábios o mingau das almas numa possível alimentação.

10) O Filho de Santo ou Yawô não deve falar mal e nem dar ouvidos aos que ensaie uma conversa contra a casa de santo ou seus sacerdotes e sim enaltecer para agradar as forças de sua fonte.

11) O Filho de Santo ou Yawô não deve ocultar coisas que venha trazer prejuízo para a casa de Santo, deve expor o fato em tom normal sem demonstração de disse-me-disse.

12) O Filho de Santo ou Yawo não deve ouvir maldade e sim enaltecer sua casa.

13) O Filho de Santo ou Yawo não deve fumar na frente de Seu Zelador, e dos mais velhos que visite sua casa. O certo é ir ao portão e fumar na porta, o mais longe possível da vista do zelador ou da hierarquia...

14) O Filho de Santo ou Yawo nunca fica de pé em frente ao Pai de Santo e sim agachado, com a cabeça baixa.

15) Quando tiver visita no Templo ou Barracão (egbomis, ekedes, ogãs, zeladores), seja em dia de festa ou em 
dia corriqueiro, é de bom-tom que os filhos se abaixem próximo a ele para dirigir a palavra. Ai então dizer: 
      AGÔ (Licença) e esperar ele dizer AGÔ YA. E de cabeça baixa, falar com ele em tom de voz baixa.

16) O Filho de Santo ou Yawo não deve se portar de maneira desairosa no terreiro, por que do seu 
comportamento decorre a divulgação e o bom nome da casa.

17) O Filho de Santo ou Yawo não deve falar mal da casa de santo (nem sua nem dos outros) e nem de seus componentes, isso provocaria a ira do ORIXA e trás a certeza de um pagamento futuro, a EXU a EGUN e as forças da natureza.

18) O Filho de Santo ou Yawo não deve passar pelo seu pai de santo com a cabeça erguida, e sim um pouco curvado para frente.

19) O Filho de Santo ou Yawo só pode sentar em Apoti (banquinho) mediante a autorização do seu Zelador. 
(Somente filhos que cumpriram suas etapas espirituais podem sentar em apoti)

20) O Filho de Santo ou Yawo não deve deixar dormir roupa em varal (pois Eguns a noite faz dela sua morada)

21) O Filho de Santo ou Yawo não deve sentar em soleira de porta.

22) O Filho de Santo ou Yawo não deve passar embaixo de varal que tenha roupa intima, roupa de baixo, 
mesmo que estas sejam suas.

23) Filho de Santo ou Yawo não passa embaixo de escada.

24) O Filho de Santo ou Yawo não deve pegar sol de meio-dia, mesmo com cabeça coberta.

25) O Filho de Santo ou Yawo não deve varrer a casa dos fundos para frente e sim da frente para os fundos.

26) O Filho de Santo ou Yawo não deve verter (urinar) ou defecar, em rios, lagos, dentro de água, poço ou cachoeira (locais Sagrados).

27) O Filho de Santo ou Yawo não deve defecar em mato, em cima de plantas votivas.

28) O Filho de Santo ou Yao não deve cuspir em água de espécie alguma.

29) O Filho de Santo ou Yao de Umbanda deve sempre estar com o Ojá ou Alá ( pano de cabeça) em sua cabeça.

30) O Filho de Santo ou Yawo não deve entrar em cemitério, só em casos muito especiais, assim mesmo com a cabeça coberta. E somente com a permissão de seu Zelador.

31) O Filho de Santo ou Yawo não deve entrar em Igreja, hospital, matadouro, etc, só em casos especiais, assim mesmo com a cabeça coberta. Somente com a permissão de seu Zelador.

32) O Filho de Santo ou Yawo não deve ir a praia (Banho de Mar, areia, calçada, beira de praia, beira de mar, 
casa de praia), sem ter suas obrigações em dia. E somente com a permissão de seu Zelador.

33) O Filho de Santo ou Yawo não carrega embrulho na cabeça.

34) O Filho de Santo ou Yawo não deve ser descortês, nem mesmo entre os irmãos do terreiro e com visitantes, 
e sim bastante paciente e educado.

35) O Filho de Santo ou Yawo não deve impor seus desejos, nem mesmo entre os irmãos de barco, seus desejos ou vontades serão discutidos.

36) O Filho de Santo ou Yawo não deve faltar com educação e cortesia para com todos aqueles que nos batem a porta, seja ele conhecido ou não.

37) O Filho de Santo ou Yawo não deve tornar publico as coisas que delas participarem em caráter de segredo na casa de santo.

38) O Filho de Santo ou Yawo não deve menosprezar os outros e nem se colocar em falso pedestal de auto suficiente, e sim ser humilde.

39) O Filho de Santo ou Yawo nunca, jamais, em tempo ou hipótese alguma, seja no seu Templo ou barracão ou no barracão do alheio, deve-se sentar na mesma altura que o seu Zelador.
Ele já passou por vários sacrifícios para estar sentado confortavelmente ali.

40) Você ainda está no meio do caminho. Portanto, pra que querer sentar aonde você não alcança? Mesmo que o dono da casa chame , cabe a você recusar.

41) Filho de Santo ou Yawo e abian não bebem nenhum líquido em copo de vidro dentro de seu Templo ou no barracão do alheio. Deve-se esperar o bom e velho copinho de plástico ou então a conhecida DILONGA, BAN ou CANEQUINHA DE ÁGATA, como você preferir chamar. Copo de vidro só quem tem direito é egbomi, ekede, ogan e zelador…

42) Terminou seu ajeum? Pegar seu pratinho e sua canequinha, não cai a mão e nem coça, sabia? Infelizmente ainda não possuímos uma empregada que possa cuidar da limpeza geral enquanto nós descansamos.

43) Como dissemos no item anterior, não temos uma empregada para limpar tudo. Portanto, cada um deve se conscientizar e fazer a sua parte. Ficar protelando, esperando que algum irmão de santo se encha da bagunça e vá arrumar por você não tem cabimento. Cada um fazendo um pouco fica mais fácil e rápido. 

44) Você trabalhou feito a escrava Isaura e se cansou? Acabou de fazer todo o serviço? Bem, agora você pode 
pegar o seu maravilhoso APOTÍ e confortavelmente sentar-se nele. Como dissemos acima, cadeiras, sendo com ou sem braço, só ebomis, ekedes, ogãs ou zeladores que podem sentar. Existe uma variável do APOTI, que é a famosa ESTEIRA. Nela você pode se sentar, se espichar e até relaxar seus ossos. 

45) Em sua casa, quando você faz uma comemoração qualquer e é servida uma refeição, você sai atacando o ajeum na frente de seus convidados? Acreditamos que não, né? Portanto, na casa de santo é igual. Antes os mais velhos devem se servir, pra só depois os abians e yaos se servirem. Isso é mais que uma regra é etiqueta. E você não vai querer ser um deselegante, não é? Lembre-se: Estão sempre observando você... 

46) As roupas emprestadas? Pois é, o pai de santo também não gosta. Portanto, que tal comprar um belíssimo tecido de lençol e fazer uma baiana de ração básica pro dia-a-dia? Não sai caro e fica uma gracinha. E você finalmente pára de pegar a roupa do alheio emprestado. Não é maravilhoso? Todos na casa contentes e felizes com suas devidas roupas. 

47) E vai rolar a festa! O povo do Kétu, do Jeje, da Angola e até da Umbanda já mandou avisar e convidar. Mas, e o dinheiro para comprar o ajeum e o otí do povo? Com certeza o Carrefour não irá mandar as coisas de graça para o Templo ou o Barracão, nem o Mercadão Municipal tão pouco irá dar os bichos e todo o material restante. Portanto, que tal se todos coçassem o bolso um pouco e ajudassem? 

48) Você acha que só por este local ser uma casa de santo, a Eletropaulo, a Congás e a Sabesp irão fornecer água, luz e gás de graça? É claro que não. Portanto, contribua sempre com a sua módica mensalidade. Economizar um pouco na Skol e no cigarro no final de semana já irá ajudar muito no Templo ou Barracão. 

49) O mundo está em guerra, existe muita gente por aí passando fome. Portanto, por que desperdiçar comida? Fazer a quantidade exata só para quem trabalhou dignamente e contribuiu com este maravilhoso ajeum é o coerente, pois você não está no programa da Ana Maria Braga para comer de graça. Por falar em Ana Maria Braga, lembre-se que você não é o Louro José para dar palpites no Templo ou barracão. Se você tem alguma sugestão, leve-a antes ao seu Zelador. Espalhar a corrupção sobre a Terra era coisa da novela Mexicana. 

50) Ficou cansado depois da festa? Nada de ir pegando sua bolsa e ir saindo de fininho. Lembre-se da limpeza do Templo.

51) Roda de terreiro ou de candomblé, seja em sua casa ou na casa alheia, não é lugar de ficar de cochicho e risinhos irônicos e não tão pouco paquerando... Se você quer fuxicar, vá para um botequim. 

52) Anágua encardida, só se for depois da festa . Antes, NUNCA, JAMAIS, NEM PENSAR! Devem ser brancas 
como a neve, salve anágua de ráfia ou entretela. 

53) Você, irmãozinho, que vê o mundo cor de rosa-choque com bolinhas amarelas, deve deixar esta sua visão 
progressiva e moderna do lado de fora do Templo ou barracão. Ali dentro você tem que ver tudo branco. O mesmo vale para as coleguinhas que vêem tudo azulzinho. Casa de orixá é para louvar e cuidar do Orixá, e não para arrumar casório. 

54) Vai rolar um churrasquinho de gato na casa do seu coleguinha no meio da semana, no mesmo dia de função do Templo ou barracão? Então, peça para ele guardar uma garrinha de carne para você e venha cumprir suas obrigações junto a seus irmãos. 

55) Se sua irmã de santo tem uma baiana mais humilde do que a sua, nada de ficar xoxando. Lembre-se, o mundo dá muitas voltas e o feitiço pode virar contra o feiticeiro. Amanhã pode ser você com uma baiana de chita e ela com uma belíssima saia de rechilieu. 

56) Caso assista fora do seu Templo ou barracão algo diferente do que ocorre em sua casa, nada de ficar xoxando e chamando de marmoteiro. Você não é o dono da verdade e nem ninguém o é. O que pode parecer maluquice pra você, pode não ser pro próximo. Não é errado, é diferente de sua casa. Além do mais, comentários sempre são feitos depois. Vai que tem alguém conhecido escutando? 

57) Ninguém tem mais ou menos santo que ninguém. Isso é regra. Sempre.

58) Respeito é bom e conserva os dentes. Portanto, deve-se pensar duas vezes antes de envolver os Zeladores e irmãos mais velhos em determinadas brincadeiras de mau-gosto. Apelidos e avacalhações são da porta do Templo ou barracão pra fora. Além do mais, a próxima vítima pode ser você. 

59) Roupas de trabalhos são: saia comprida, camisú e pano da costa. Shortinhos e tops devem ser usados somente pra ir ao baile funk. 

60) Sempre que for servir alguém mais velho de santo, deve-se levar o pedido numa bandeja ou prato e abaixar-se para servir. 

61) Benção foi feita para ser trocada. Sempre que você pede a benção, você está na realidade pedindo a bênção ao Orixá da pessoa, e não a ela própria. Portanto, todos devem trocar a benção, mais velhos com mais novos e vice-versa. 

62) Quando você estiver em uma roda de pessoas dentro da sua casa de santo ou de outro Templo ou barracão qualquer, abaixe o seu ori e peça a benção até o periquito que estiver chegando, você não sabe quem é ele e ele pode ser bem mais velho que você, um tio de santo ou qualquer outro egbomi, é preferível você pedir a benção a alguém mais novo do que errar passando por cima dos mais velhos. 

63) Lembre -se que para seu Zelador, seremos sempre Filhos de Santo ou YAWÔS.(Como para nossa mãe carnal, seremos sempre crianças).


PORQUE SE SAÚDA O ORIXÁ TOCANDO O SOLO
Acreditavam os nagô que existiam nove espaços (planos) no além.
Entre os quatro superiores e os quatro inferiores, havia um plano intermediário que se localizava (exatamente) no espaço ocupado por nosso planeta; esse seria o plano astral terrestre.
Era através desse espaço que chegavam à Terra os orixás e ancestrais vindos dos vários outros planos.
Surgiam, pois, para os nagô, os orixás e ancestrais de dentro da Terra. Assim, quando desejam chamar os orixás, os nagôs tocavam três vezes o solo (após o nome do orixá ser pronunciado).
O solo diante dos tambores também era tocado (antes ou depois de tocarem com os dedos o próprio atabaque), afinal, quem chamava (através do som) os orixás eram os tambores.
O solo era sempre tocado três vezes; o três representa na cultura nagô ação, movimento, expansão …
Tocar o solo três vezes era o gestual que significava o “assim seja”, o cumpra-se …
Então quando, por exemplo, o nome de Ogum pronunciado, todos tocavam três vezes o solo; “assim seja”, “que Ogum venha até nós”…
No Brasil, os africanos, para consagrar o solo, para transformar o terreiro em uma pequena África, enterravam relíquias trazidas (da África) … transformando (ritualmente) o solo brasileiro em solo africano (”chão” dos seus orixás).

SACRIFÍCIOS

A TRADIÇÃO PEDE QUE NOSSA COMIDA SEJA SAGRADA !

NOSSA COMIDA É SAGRADA!!!

O ato de processar todos os alimentos, plantas, animais, vegetais e minerais a serem utilizados em toda liturgia é chamado de SACRIFÍCIO ou EBÓ (oferenda).

VOCÊ COME CARNE?
A diferença entre a carne que se compra em açougues e supermercados para a carne que consumimos em nossos rituais é bem simples, a carne dos ABATEDOUROS é processada de forma FABRIL ou seja em larga escala e sem a menor preocupação com qualquer ato LITÚRGICO ou RELIGIOSO, nossa tradição pede que nos dias SAGRADOS e CONSAGRADOS aos nossos ORISAS os alimentos devem ser SACRALIZADOS, ou seja, são feitos inúmeros ORIKIS (rezas) para chamar a atenção dos ORISAS e das forças da NATUREZA ao qual fazem parte.

Dentro deste ORIKIS pedimos BENÇÃOS e PROSPERIDADE, agradecemos nossa SAÚDE e BEM ESTAR, agradecemos ao grande OLODUMARE nossa passagem pela terra e que ela seja cheia de LONGEVIDADE e RIQUEZA.

A SACRALIZAÇÃO de todos os ALIMENTOS sejam eles de origem VEGETAL, ANIMAL ou MINERAL é de extrema necessidade para nossa cultura, onde tornamos SAGRADOS e CONSAGRADOS todos estes ALIMENTOS.

O ato de abater nossos animais é chamado de EBÓ EJÉ (sacrifício), nossa liturgia ensina que nada é feito sem o SACRIFÍCIO seja ele ANIMAL, VEGETAL ou MINERAL, e também o SACRIFÍCIO de nosso tempo, das nossas forças e da nossa dedicação, ajuda ao próximo e demais atos, tudo é considerado SACRIFÍCIO.

Quando é feito o RITUAL DE SACRIFÍCIO podemos oferecer estes alimentos para toda a comunidade onde em sua grande maioria são devotos e iniciados para os ORISAS e sabem que alimentar-se dos SAGRADOS ALIMENTOS dentro dos rituais faz parte da nossa renovação ESPIRITUAL.

As pessoas que participam destes preparos são SACRALIZADOS ou INICIADOS para os ORISAS, e cumprem PRECEITOS de purificação para manusear os ALIMENTOS, a comida dentro da TRADIÇÃO AFRO-BRASILEIRA é o ATO MAIS SAGRADO DA VIDA DO SER HUMANO, sem comida não EXISTE VIDA! ou seja o ATO DE COMER É SAGRADO, e quando cumprimos nossos preceitos de preparo sejam eles : ficar isento de bebida alcóolica, comer certos alimentos, abstinência sexual, banhos de purificação, REZAS E BENDIÇÕES, este também é considerado um ato de SACRIFÍCIO, então para nossa IDEOLOGIA o ato de SACRIFÍCIO não é só abater animais.

IGNORÂNCIA DOS NEÓFITOS que não conhecem nossa RELIGIÃO SAGRADA onde nossas FAMÍLIAS participam de tudo e todos são IRMÃOS.
NUNCA UM ANIMAL é MOLESTADO ou MALTRATADO em nossos RITUAIS nossa LITURGIA não aceita animais DOENTES, SOFRENDO ou MALTRATADOS.

Para nossa cultura TUDO É APROVEITADO e o que sobra ou seja cascas, ossos, restos não consumidos, DEVEM VOLTAR PARA A NATUREZA. Em qualquer casa de ASÉ não se joga BICHO INTEIRO NA RUA OU ENCRUZA! Isto dependendo do Ebó que se esta fazendo.

"NOSSOS ALIMENTOS SÃO SAGRADOS E O ATO DE COMER EM COMUNHÃO É A FORMA DE REALIZAR NOSSO DESEJO DE UNIÃO E PAZ com nosso ORISAS e IRMÃOS."

Sacrificamos o milho branco quando moemos os grãos e fazemos nosso EKÓ (pudim) e enrolamos na FOLHA DA BANANEIRA para torná-lo SAGRADO, FAZEMOS O SACRIFICIO de ABRIR o fruto SAGRADO o nosso OBÍ (noz de cola) para oferecer aos nossos ANCESTRAIS E ORISAS, FAZEMOS SACRIFÍCIO quando pegamos a FOLHA NA MATA e REZAMOS SÚPLICAS DE LICENÇA A OSONYN (orisa das matas) para poder SACRIFICAR as folhas para nossos BANHOS SAGRADOS e REMÉDIOS.

O POVO DE RELIGIÃO AFRO-BRASILEIRA não DERRUBA ÁRVORES, NÃO AGRIDE A NATUREZA, NÃO POLUI O AR. Somos DEVOTOS DA NATUREZA e de tudo que existe nela.

CONSUMIMOS NOSSOS ALIMENTOS DE FORMA PURA E SEM MALTRATAR ANIMAIS, VEGETAIS OU MINERAIS, PARA NOSSA CULTURA AS ÁRVORES SÃO SERES SAGRADOS, AS MONTANHAS E OS ANIMAIS.



POR QUE O CULTO DO ORIXÁ É CHAMADO DE CANDOMBLÉ?
Em 1830, algumas mulheres negras originárias de Ketu, na Nigéria, e pertencentes a irmandade de Nossa Senhora da Boa Morte, reuniram-se para estabelecer uma forma de culto que preservasse as tradições africanas aqui, no Brasil.Segundo documentos históricos da época, esta reunião aconteceu na antiga Ladeira do Bercô; hoje, Rua Visconde de Itaparica,próximo a Igreja da Barroquinha na cidade de São Salvador – Estado da Bahia.
Desta reunião, que era formada por várias mulheres, como foi relatado anteriormente, uma mulher ajudada por Baba-Asiká, um ilustre africano da época, se destacou:
- Íyànàssó Kalá ou Oká, cujo o òrúnkó no orixá era Íyàmagbó-Olódùmarè.
Mas, o motivo principal desta reunião era estabelecer um culto africanista no Brasil, pois viram essas mulheres, que se alguma coisa não fosse feita aos seus irmãos negros e descendentes, nada teriam para preservar o “culto de orixá”, já que os negros que aqui chegavam eram batizados na Igreja Católica e obrigados a praticarem assim a religião católica.
Porém, como praticar um culto de origem tribal, numa terra distante de sua ìyá ìlú àiyé èmí, ou a mãe pátria terra da vida, como era chamada a África, pelos antigos africanos?
Primeiro, tentaram fazer uma fusão de várias mitologias, dogmas e liturgias africanas. Este culto, no Brasil, teria que ser similar ao culto praticado na África, em que o principal quesito para se ingressar em seus mistérios seria a iniciação. Enquanto na África a iniciação é feita muitas vezes em plena floresta, no Brasil foi estabelecida uma mini-África, ou seja, a casa de culto teria todos os orixás africanos juntos. Ao contrário da África, onde cada orixá está ligado a uma aldeia, ou cidade; por exemplo: Xangô em Oyó, Oxum em Ijexá e Ijebu e assim por diante.


MAS, POR QUE ESSE CULTO FOI DENOMINADO DE CANDOMBLÉ?
Este culto da forma como é aqui praticado e chamado de Candomblé, não existe na África. O que existe lá é o que se chama de culto ao orixá, ou seja, cada região africana cultua um orixá e só inicia elegun ou pessoa daquele orixá. Portanto, a palavra Candomblé foi uma forma de denominar as reuniões feitas pelos escravos, para cultuar seus deuses, porque também era comum chamar de Candomblé toda festa ou reunião de negros no Brasil.
Por esse motivo, antigos Babalorixás e Yalorixás evitavam chamar o “culto dos orixás” de Candomblé. Eles não queriam com isso serem confundidos com estas festas. Mas, com o passar do tempo a palavra Candomblé foi aceita e passou a definir um conjunto de cultos vindo de diversas regiões africanas.
A palavra Candomblé possui 2 (dois) significados entre os pesquisadores: Candomblé seria uma modificação fonética de “Candonbé”, um tipo de atabaque usado pelos negros de Angola; ou ainda, viria de “Candonbidé”, que quer dizer “ato de louvar, pedir por alguém ou por alguma coisa”.
Como forma complementar de culto, a palavra Candomblé passou a definir o modelo de cada tribo ou região africana, conforme a seguir:
  • Candomblé da Nação Ketu
  • Candomblé da Nação Jeje
  • Candomblé da Nação Angola
  • Candomblé da Nação Congo
  • Candomblé da Nação Muxicongo

A palavra “Nação” entra aí não para definir uma nação política, pois Nação Jeje não existia em termos políticos. O que é chamado de Nação Jeje é o Candomblé formado pelos povos vindos da região do Dahomé e formado pelos povos Mahin.
Os grupos que falavam a língua yorubá entre eles os de Oyó, Abeokutá, Ijexá, Ebá e Benin vieram constituir uma forma de culto denominada de Candomblé da Nação Ketu.
Ketu era uma cidade igual as demais, mas no Brasil passou a designar o culto de Candomblé da Nação Ketu ou Alaketu.
Esses yorubás, quando guerrearam com os povos Jejes e perderam a batalha, se tornaram escravos desses povos, sendo posteriormente vendidos ao Brasil.
Quando os yorubás chegaram naquela região sofridos e maltratados, foram chamados pelos fons de ànagô, que quer dizer na língua fon, “piolhentos, sujos” entre outras coisas. A palavra com o tempo se modificou e ficou nàgó e passou a ser aceita pelos povos yorubás no Brasil, para definir as suas origens e uma forma de culto. Na verdade, não existe nenhuma nação política denominada nagô.
No Brasil, a palavra nàgó passou a denominar os Candomblés também de Xamba da região norte, mais conhecido como Xangô do Nordeste.
Os Candomblés da Bahia e do Rio de Janeiro passaram a ser chamados de Nação Ketu com raízes yorubás.
Porém, existem variações de Nações, por exemplo, Candomblé da Nação Efan e Candomblé da Nação Ijexá. Efan é uma cidade da região de Ijexá próxima a Osobô e ao rio Oxum. Ijexá não é uma nação política. Ijexá é o nome dado às pessoas que nascem ou vivem na região de Ilexá.
O que caracteriza a Nação Ijexá no Brasil é a posição que desfruta Oxum como a rainha dessa nação.
Da mesma forma como existe uma variação no Ketu, há também no Jeje, como por exemplo, Jeje Mahin. Mahin era uma tribo que existia próximo à cidade de Ketu.
Os Candomblés da Nação Angola e Congo foram desenvolvidos no Brasil com a chegada desses africanos vindos de Angola e Congo.
A partir de Maria Neném e depois os Candomblés de Mansu Bunduquemqué do falecido Bernardino Bate-folha e Bam Dan Guaíne muitas formas surgiram seguindo tradições de cidades como Casanje, Munjolo, Cabinda, Muxicongo e outras.
Nesse estudo sobre Nações de Candomblé, poderia relatar sobre outras formas de Candomblé, como por exemplo, Nagô-vodun que é uma fusão de costumes yorubás e Jeje, e o Alaketu de sua atual dirigente Olga de Alaketu.

O Alaketu não é uma nação específica, mas sim uma Nação yorubá com a origem na mesma região de Ketu, cuja história no Brasil soma-se mais de 350 (trezentos e cinqüenta) anos ao tempo dos ancestrais da casa: Otampé, Ojaró e Odé Akobí.
A verdade é que o culto nigeriano de orixá, chamado de Candomblé no Brasil, foi organizado por mulheres para mulheres. Antigamente, nas primeiras casas de Candomblé, os homens não entravam na roda de dança para os orixás. Mesmo os que tornavam-se Babalorixás tinham uma conduta diferente quanto a roda de dança. Desta forma, a participação dos homens era puramente circunstancial. Daí ter-se que se inserir no culto vários cargos para homens, como por exemplo, os cargos de ogans.
Hoje, a palavra Candomblé define no Brasil o que chamamos de culto afro-brasileiro, ou seja: “Uma Cultura Africana em Solo Brasileiro”.

PORQUE NÃO SE DEVE ASSOVIAR DENTRO DA ROÇA???
Esù é o Dono do Assovio e assoviar é provocá-lo. Seus assovios são intempestivos e penetrantes de tal maneira que assustam os velhos, que estes não se atrevem jamais a assoviar, com medo que Esù responda. É ele quem assovia nas paragens desertas e nas casas abandonadas, como se sabe, a noite é o domínio de “entidades” de todos os tipos, mas durante o dia há horas perigosas que convém levar em conta: o meio-dia e às seis da tarde, quando vagam algumas “entidades” durante alguns momentos e nestes horários Esù abandona as portas e as casas ficam sem defesa, se assoviarem durante este período, qualquer um destes poderá entrar na casa...
Esta é a razão pela qual se verte água na porta da rua e ninguém deve entrar ou sair de uma casa nestes horários. A meia-noite a pior de todas as horas, já transitam Egungun, Èsù e Àjés com toda liberdade, então em hipótese alguma assovie, sobre tudo em altas horas da noite... Esù está difundido por todas as partes “em uma rede numerosa”, todos se comunicam entre si, se enganam mutuamente – “o Esù da porta, quando recebe a oferenda de um animal destinado somente ele, dá um jeito de afastar o Esú da esquina” - ou se solidarizam uns com os outros por vingança.
O que guarda a porta confabula com o da esquina, o da esquina com o dos quatro caminhos, o dos quatro caminhos com o da floresta e assim sucessivamente... Desta forma é necessário que o da porta esteja satisfeito, “que seja ofertado antes de todos” conforme dispôs Olófin, segundo certas versões de Ifá e de acordo com outras, para que não atrapalhe a trajetória normal da vida e para que este Esù não assovie para o Esù da esquina, o encrenqueiro e revoltado, o qual, por sua vez, não assoviará para o Esù dos quatro caminhos e este, para o Esù da Floresta e assim por diante...
Se o da porta assoviar e se eles acudirem a seu chamado, todos se introduzirão numa casa e nela ocorrerá alguma tragédia lamentável. “Para aquele que assovia, todos os Esù entendem que lhe estão chamando para adentrar a casa e a pessoa padece as conseqüências...
É essencial contentar Esù e não provocá-lo com assovios ou com qualquer outro tabu... Emboscados em cada caminho, dispões de nossa vida em todos os momentos, pode jogar com ela como bem entender.
Dono das chaves que “abrem e fecham os caminhos e portas”, do Além e da Terra, aos Deuses e Mortais... e as abre e fecha à sorte e à desgraça, segundo seus caprichos... embora pequeno, temos de considerar Esù, sem discussão, o mais temível dos Òrìsà... Então para minha felicidade...
Eis que surge uma nova pergunta: Baba! Então porque Òsányín assovia? Este direito lhe é concedido porque Òsányín pertence à família de Esù. Embora parente não seja e de forma alguma um “caminho de Èsù” e sim uma Divindade totalmente distinta, assim como Ale “o inventor da aguardente” também pertence a esta família, mas não é Esù.
Se por um descuido você assoviar na mata se apresentarão Òsányín e Esù e a eles você deverá prestar conta do chamado... deixe esta prática de assoviar na floresta para os caçadores e admiradores de pássaros silvestres.

O QUE SÃO OFÒ, ÀDÚRÀ E GBÀDÚRÀ, ORÍKÌ, ORIN ?
Reza é uma conjunção de frases pré-estabelecidas que se recita, costumeiramente decoradas, direcionadas à Deus ou às Suas divindades, muitas vezes engrandecendo seus feitos e direcionadas para determinado objetivo específico.
A Religião dos Òrìsà não reza diretamente para Elédùmarè (Deus), pois crê que Ele é um ser de um poder muito grande, incalculável, e por isso é preservado. Para ouvir e atuar diretamente na vida dos homens Ele criou seus emissários, os Òrìsà, cabendo à estes a missão de zelar por tudo que se relaciona com as necessidades humanas.
Oração é a conversa, o diálogo íntimo com Deus, através de Suas divindades, sem frases pré-determinadas.
A Tradição Yorùbá dá grande valor às rezas, crendo que a conjunção dos sons que elas emanam, quando são recitadas, são carregadíssimos de energia, que farão movimentar os objetivos pretendidos. Elas revelam feitos e características dos Òrìsà e fornecem orientações para a conduta dos seguidores da Religião. Através das rezas pode-se fazer pedidos os Òrìsà, agradá-los ou aplacar sua ira. Todas estas formas poéticas orais estão cheias de metáforas e símbolos.

Ex: INU MI DUM / Estou com a barriga doce interpreta-se como "estou feliz".

ESTES TEXTOS, MILENARES, DIVIDEM-SE EM:

OFÒ - Literal "Feitiço ou poder sobrenatural que dá alivio instantâneo à dor". São palavras mágicas - encantamentos, que possuem em si uma mensagem mágica, ao ser recitado ativa o poder dos preparados mágicos ou medicinais.
ÀDÚRÀ E GBÀDÚRÀ - Literal "SÚPLICA". São saudações, visam obter as graças dos Òrìsà e os direciona aos elementos por eles dominados.
ORÍKÌ (ou PÍPÈ / chamado - convite) - É a contração das palavras ORÍ / origem + KÍ / saudar ou louvar. São evocações e servem para louvar e evocar a presença dos Òrìsà, assim como facilita o acesso ao auxílio que pode ser prestado pela Força Deles. ORÍKÌ detém em si mesmos uma força mágica. Relatam fatos ou feitos, de um indivíduo, família, cidade, e não só dos Òrìsà.
Transmitem informações, características, virtudes e fraquezas dos seres ou daquilo que constitui seu tema. Podem relatar fatos relacionados com o nascimento de crianças. Exemplo é o caso de gêmeos, daqueles que tem o cordão umbilical enrolado no pescoço ou que os pés venham ao mundo primeiro. Há também Oríkì para animais.
A tradição Yorùbá atribui grande valor para a recitação dos Oríkì e acredita que ele sempre causa grande emoção à quem se refere. É indispensável para se fazer qualquer pedido aos Òrìsà. As pessoas incorporam inevitavelmente ao ouvir a recitação de um Oríkì de seu Òrìsà.
ÌJÀLÁ ODE - São formas de recitar os oríkì, meio que cantaroladas, referindo-se somente aos caçadores, em especial à Ògún.
EWI ESA - É outra forma de recitação parecida com o ORÍKÌ, porém usada somente nos Cultos de Egúngún.
ORIN - Literal “Cantar” - São cantigas com formas mais brandas de louvação, empregados em festejos ou celebrações para um, ou vários Òrìsà. Possui parte da carga informativa do ORÍKÌ e é intermediário entre ele e as ÀDÚRÀ.
ÌYÈRÈ IFÁ - São constituídos de partes de um Odù + Oríkì de Ifá, que o Bàbáláwo faz uso nas cerimônias de batizados, casamentos, enterros e outras ocasiões especiais. Muitas pessoas costumam confundir Rezas com Orações.

JUNTÓ, SEGUNDO ORISA?
Em nosso país, precisamos de um grande movimento buscando formas de informar melhor sobre nossa religião.
No dia-a-dia é flagrante a falta de um material para a pesquisa dos interessados em aprender sobre o culto aos orisas.
Um erro comum é no que diz respeito ao chamado Juntó, a mistura de religiões no Brasil é responsável pela idéia errada que toda pessoa precisa ter um segundo Orisa, muitas vezes sendo passada a idéia de que o indivíduo necessita de um pai e uma mãe espiritual.
Só existe uma feitura. Para os outros orisas a pessoa é somente iniciada no culto, conforme orientação de Ifa.
O ponto que vou abordar agora vai criar uma grande polêmica, mas é preciso fazer isso.
Não existe no culto aos Orisas, em território yoruba, a mínima possibilidade de uma pessoa ser montada por dois Orisas, sendo que ela só é feita para um e iniciada para os demais, se assim for solicitado.
Tentarei explicar melhor. Na feitura o indivíduo exalta o que já possui, e na iniciação ele recebe o que é necessário para o seu melhor viver (o que lhe falta).
Exemplo: se uma pessoa é feita para Obatala e não é feliz em sua vida sentimental, pode ou não ser iniciada no culto de Osun como forma de equilibrar essa deficiência. Evidente que por orientação de Ifa.
A mistura de cultos de origem Banto (culto aos inkices), com o ritual de origem Yoruba (culto aos Orisas), gerou tal confusão que as pessoas acreditam que podem até receber (ser montado) por vários Orisas. Isso pode criar sérios problemas para o iniciado.
Tal fato deve ser orientado como prática no mínimo equivocada, para não dizer sem sentido, pois só um Orisa foi feito.
Sendo assim, a pessoa pode ser iniciada para qualquer orisa depois da feitura, ou até mesmo ser iniciado para outro Orisa antes do seu. Dependendo exclusivamente da orientação de Ifa.
Eu sempre digo que o homem está ficando tão pretensioso que já criou regras para o comportamento das divindades, e quase sempre termina se esquecendo de perguntar aos mesmos, e coloca sua opinião como sendo a verdade.
Essa pretensão pode acontecer por várias razões: falta de conhecimento ou falta de caráter, mas sempre quem paga o preço é o iniciado.

VESTIR PRETO NO CULTO AOS ORIXÁS
No candomblé dos anos 50, 60 e até 70, uma pessoa que chegava à porta de um candomblé vestida de preto, era sempre repudiada por aquela comunidade, e pedia-se para a pessoa se retirar. Quando a pessoa se negava a sair era entendido como um afronta a Oxalá Pai de todas as cabeças por antecipação.
Vestir preto em uma saída de Iyawô é mesma coisa que dizer que o dono da casa não sabe fazer o que está fazendo.
Vestir preto em uma festa de 7 anos é a mesma coisa que dizer: “não estou de acordo com esse título (oye, oduije)”.
Vestir preto em um funeral é desejar que aquela alma não tenha paz pela eternidade.
Vestir preto em um Ikomojade é desejar má sorte para criança.
Vestir preto no dia a dia é afirmar se íntimo de Iya mi Osoronga!!!
Vestir vermelho é dizer em alto e bom som: “Não tenho medo das mães feiticeiras, por isso uso sua cor”.
Existe um itan de Bábà Ofuru, onde conta-se que ele foi praguejado por Iya mi, e por isso que entre uma saia branca e outra é obrigado a usar um faixa preta de tecido. 
Para lembrá-lo de sua vergonha!!!! Igual a Xangô que usa um conta branca no pescoço para lembrá-lo de um desrespeito a Oxalá!
Nos dias de hoje estes costumes estão sendo desrespeitados pelos mais novos, que acreditam estarem sendo desrespeitados pelos mais velhos.
É literalmente a morte dos yorubás!!!
  

ABIAN - O QUE É ABION – ABIAN - ABIÃ
ABIYAN: Dentro dos cultos afro-brasileiros existe uma categoria de pessoas que são classificadas de Abiyans.
A PALAVRA ABIYAN QUER DIZER: ABI = "AQUELE QUE" E AN (ON) = SERIA UMA CONTRAÇÃO DE "ONÃ" (ONOON), QUE QUER DIZER “CAMINHO”.
AS DUAS PALAVRAS AGLUTINADAS FORMARAM O TERMO ABIYAN (ABION), QUE QUER DIZER “AQUELE QUE COMEÇA”, “UM NOVO CAMINHO”.
O ABIYAN É UMA PESSOA QUE ESTÁ COMEÇANDO UM NOVO CAMINHO, UMA NOVA VIDA ESPIRITUAL.
O Abiyan também pode ter fios de contas lavados, tomar axé de ebori e, até em alguns casos, ter orixá assentado.
O Abiyan é um pré-iniciado e não um simples frequentador, como muitas das vezes é classificado. Pode desempenhar várias atividades dentro de um terreiro, como, por exemplo, varrer, ajudar na limpeza, ajudar nos cafés da manhã e almoços comunitários realizados em dias de festas de orixá, lavar louças, ajudar na decoração do barracão, enfim, o Abiyan pode desempenhar várias tarefas sem maior envolvimento religioso.
O período de Abiyan é de muita importância, pois, é nesse período que o recém-chegado passa a observar o comportamento e a conviver com os já iniciados.
Existem pessoas que passaram por um longo período sendo Abiyan, antes de se iniciarem. Portanto, vale ressaltar a importância deste período, ou seja, Abiyan e dizer que o frequentador em yorubá, chama-se Lemó-mú.



HIERARQUIA DO CANDOMBLÉ
O Candomblé Ketu, coloca a seguinte ordem hierárquica e destacaremos algumas pessoas que exercem cargos:

1º - Iyálorixá / Babálorixá: significado das palavras iyá do yoruba significa mãe, babá significa pai, ou seja a palavra tradução a famosa expressão Pai de santo, Mãe de santo. Na opinião de Iyá rose de Oxum(na foto), 41 anos, "Ser Mãe de Santo, é muito mais do que o fator espiritual, é saber lidar com pessoas e saber atender a suas vontades e anseios".

2º - Iyalaxé (mulher): Mãe do axé, a que distribui o axé e cuida dos objetos ritual.

3º - Iyaegbé / Babaegbé: É a segunda pessoa do axé. Conselheira, responsável pela manutenção da Ordem, Tradição e Hierarquia.

4º- Iyakekerê (mulher): Mãe Pequena, segunda sacerdotisa do axé ou da comunidade. Sempre pronta a ajudar e ensinar a todos iniciados. Babakekerê (homem): Pai pequeno, segundo sacerdote do axé ou da comunidade. Sempre pronto a ajudar e ensinar a todos iniciados.

5º - Ojubonã ou Agibonã: É a mãe criadeira, supervisiona e ajuda na iniciação.

6º - Iyamorô: ou BabamorôResponsável pelo Ipadê de Exú.

7º - Alagbê: Responsável pelos toques rituais, alimentação, conservação e preservação dos instrumentos musicais sagrados. (não entram em transe). Nos ciclos de festas é obrigado a se levantar de madrugada para que faça a alvorada. Se uma autoridade de outro Axé chegar ao terreiro, o Alagbê tem de lhe prestar as devidas homenagens. No Candomblé Ketu, os atabaques são chamados de Ilú. Há também outros Ogans como Gaipé, Runsó, Gaitó, Arrow, Arrontodé, etc.

8º - Ogâ ou Ogan: Tocadores de atabaques (não entram em transe).
Ebômi: Ou Egbomi são pessoas que já cumpriram o período de sete anos da iniciação (significado: meu irmão mais velho).

9º - Ekedi: Camareira do Orixá (não entram em transe). Na Casa Branca do Engenho Velho, as ajoiés são chamadas de ekedis. No Terreiro do Gantois, de "Iyárobá" e na Angola, é chamada de "makota de angúzo", "ekedi" é nome de origem Jeje, que se popularizou e é conhecido em todas as casas de Candomblé do Brasil. Ekedi Isabele (na fot) de 11 anos, está sendo educada como ekedi, seus pais são iniciados, e tem orgulho de ter um ekedi na família, onde podemos observar a importancia da ekedi para os cultos africanos.

10º- Egbomis: significa mais velhos, são os filhos-de-santo que já tomaram seus 7 anos, são portanto ojoies.

11º - Iaô: filho-de-santo (que já foi iniciado e entra em transe com o Orixá dono de sua cabeça), nem todo Iaô será um pai ou mãe de santo quando terminar a obrigação de sete anos. Ifá ou o jogo de búzios é que vai dizer se a pessoa tem cargo de abrir casa ou não. Caso não tenha que abrir casa o mesmo jogo poderá dizer se terá cargo na casa do pai ou mãe de santo além de ser um egbomi. 

12º- Abiã ou abian: Novato. É considerada abiã toda pessoa que entra para a religião após ter passado pelo ritual de lavagem de contas e o bori. Poderá ser iniciada ou não, vai depender do Orixá pedir a iniciação.
Lembrando que dentre essa ordem, existem outros cargos, que falaremos mais adiante, podemos dá inúmeros exemplos de pessoas que ocupam algum desses postos, porém existem alguns que todos os egbomis já foram que são: Abiã (novato, não iniciado)e Yaô (iniciado), naturamente caso dê sequência a suas obrigações torna-se egbomi, e assim tenho direito de se tornar Babalorixá ou Yalorixá.


OBRIGAÇÕES DE CANDOMBLÉ
As Obrigações no candomblé são necessária para todos os iniciados, independente deles serem Yawós ou ogans e ekedes.
Após a iniciação de uma pessoa no candomblé para de Yawó, Ogan ou Ekede com o passar do tempo o Iniciado cumprirá outras obrigações que servem para renovar os votos da religião, adquirir maturidade e completar a feitura de santo.
São essas Obrigações:
Obrigação de 1 ano (Odúkini): Nesse ritual, acabará alguns preceitos de EWO na feitura de santo , nessa festa é entregue Oferendas, de comida ritual, vegetal, mineral e animal
Obrigação de 3 anos (Odúetá): Essa obrigação é considerada uma confirmação de votos, estará autorizado a receber e assentar o Juntó, já pode ser graduado no Terreiro. Poderá também usar fios de contas um pouco mais enfeitados com Seguis e firmas e usar se calçado
Obrigação de 7 anos (Oduijé): Todos os iniciados tomam essa obrigação, nela o iniciado passará a ser um adulto na religião, se for Yawó ele será um Egbomí.
Poderá receber cargo no terreiro ou ter seu próprio terreiro, tudo dependerá do destino e dos búzios.
Nessa festa é entregue ao Egbomí seus apetrechos dentro de uma cabaça e jogo de búzios… Lembrando que nem todas as pessoas podem ser um Zelador de santo e abrir sua própria casa de santo. Não basta ter 7 anos, é preciso ser capacitado.
Quando a pessoa passar pelo ritual de Deká ou Oye, receberá uma cuia autorizando a ser Babalorixá ou Iyalorixa, se o Orixá colocar a cuia no chão é sinal de que ele negou.
OIYE – quer dizer titulo independência, são pessoas que já tomaram seus sete anos e necessitam de um TITULO dado pelo seu babalorixá, para ser independente e Zelador (a) de Orixás, sacerdocio Esse Oiye pode ser também um cargo na casa do babalorixá onde fez a obrigação.
É a autorização (direitos) de conduzir a sua própria casa de Candomblé, atendimento de seus adeptos e consulentes, jogar búzios, tirar ebós e iniciar pessoas no Orixá, ou Vodum dependendo da nação etc.. Na nação Jeje receberá um Hunjebé é o Titulo de sacerdócio exclusivo da nação Jeje e um amuleto do Egbomí, é o diploma dado pelo Voduno para dar continuidade do aprendizado dos fundamentos dos Voduns.
Ainda existe as obrigações de 14 (OduIká) e 21 (Okanlelogun) que servem para renovar o sacerdócio.
Cuide de seu Òrìsà, pois você estará cuidando de si próprio.
Na Religião dos Òrìsàs, há um enorme conjunto de objetos, assentamentos e templos que devem ser cuidados, de modo que contribuam para o processo de revitalização da força, o chamado Asè. Fato é que o trato e cuidado, por exemplo, com as roupas que serão utilizadas pelas pessoas nos rituais festivos, são de grande importância, no entanto, perdem toda a valia, a partir do momento que o conjunto não recebe a mesma atenção dispensada que, por exemplo, as roupas.Nós do Candomblé, ao pensarmos nos Òrìsàs, suas roupas, objetos, comidas e templos, devemos pensar que eles são Deuses e devem ser tratados como tal. Não é raro depararmo-nos com casas, nas quais as pessoas estão ricamente vestidas, mas que há tempos não entram no quarto do Òrìsà para trocar a água da quartinha ou trocar o Ojá que cobre a Divindade. Nesse sentido, não podemos em hipótese alguma, esquecermos que o Candomblé é uma religião com o poder da invocação e da sacralização. Dessa forma, é necessário que os Deuses sejam evocados e sacralizados e, reforçando, tratados como Deuses.
O trato com os assentamentos, como por exemplo, a reposição da água das quartinhas é algo muito importante. A água é um dos principais elementos que existe, muito provavelmente o principal. A água fertiliza, a água revitaliza, a água refresca e purifica. Mas quando um Omo Òrìsà vai ao quarto da Divindade para a reposição da água, além de cumprir esse importante ritual, ele em verdade, muito mais que ofertando, está recebendo. Nesse momento, no qual ele emprega um pouco do seu tempo para a troca de água das quartinhas, ele estará mais próximo do sacro, recebendo energias que são fundamentais para o processo de energização, não somente dele, mas de toda a comunidade.
Mas, o simples ato de trocar a águas das quartinhas, permite algo mais. Nesse simples gesto, ele poderá perceber que um Ojá necessita ser trocado, ou ainda, que uma telha está desencaixada em razão da ação de algum galho de árvore, ou por conta da chuva. Isso fará com que outros membros da comunidade se mobilizem e, sejam igualmente energizados pelas forças das Divindades que os abençoaram, movimentando assim o Asè, imprescindível para nós.
O mesmo cuidado deve existir com os Ojubó externos, que invariavelmente, sofrem com a ação do tempo, como a chuva e o vento. Obviamente que essas manifestações da natureza, são manifestações dos próprios Òrìsàs, apesar disso, o cuidado para que quartinhas estejam sempre bem cuidadas, mesmo quando expostas ao tempo, bem como, os Ojás que circundam as árvores é de responsabilidade de todos os membros do Egbe. Novamente, reforçamos que são objetos sagrados, de Deuses, que devem ser tratados de forma sagrada.
O Terreiro de Candomblé é um espaço sagrado e tudo que nele está, deve ser tido também dessa forma, assim sendo, todos devem estar atentos para que os espaços, objetos, assentos, estejam íntegros, pois isso interfere na harmonia da comunidade.
Imagine se você chega em casa e descobre que aquela caneca que você cuida há mais de 20 anos, que seu filho lhe presenteou, quebrou por descuido. Isso lhe causaria um sentimento de perda sentimental, correto. O mesmo ocorre com os objetos dos Deuses, muitas vezes, são objetos que existem a décadas, séculos, que devem ser tratados com amor e carinho, para não causar essa perda aos Deuses e para a comunidade.
Esse carinho que deve ser dispensado com os objetos e templos dos Òrìsàs, deve existir igualmente com a preparação das comidas dos Òrìsàs. Muitas pessoas afirmam que as comidas dos Òrìsàs devem ser preparadas da mesma forma como preparamos a comida para o nosso próprio consumo. Em verdade, o cuidado deve ser ainda maior, pois nós somos humanos e os Òrìsàs são Deuses. Por isso, além do corpo e coração purificados, quando da preparação das comidas, é essencial que exista o carinho, o asseio e a escolha dos ingredientes salubres.
Tudo isso contribui para a fortificação e revitalização do Asè da pessoa e da comunidade. É muito bonito nos depararmos com pessoas bem arrumadas (em conformidade a tradição), com boa educação, mas, sobretudo, é importante e empolgante observamos que as pessoas tratam os Òrìsàs como Deuses que são. Cuide de seu Òrìsà, pois você estará cuidando de si próprio.

CARGOS OU GRAUS HIERÁRQUICOS
Olóyès , Ogás e Àjòiès

Iyalorixá/Babalorixá: Mãe ou Pai em Orixá, é o posto mais elevado do ILê; tem a função de iniciar e completar o ato de iniciação dos olorixás.

Iyaegbé/Babaegbé: É a conselheira ou conselheiro responsável pela manutenção da Ordem, Tradição e Hierarquia. Posto somente dado a egbomis muito antigas.

Iyalaxé: Mãe do axé, a que distribui o axé. É quem escolhe os Oloyes de acordo com as determinações superiores.

Iya kekere ou baba kekere: Mãe pequena e Pai pequeno do axé ou da comunidade. Sempre pronta a ajudar e ensinar a todos no Ilê, substituto evenual da Iyá ou Babalorixá.

Ojubonã ou Ajibonan: É a mãe ou pai /que criam e são responsáveis pela reclusão do iyawo.

Iyamoro: Responsável pelo Ipadê de Exú. Junto com a Agimuda, Agba e Igèna.

Iyaefun/Babaefun: Responsável pela pintura dos Iyawos.

Iyadagan: Auxilia a Iyamoro e vice-versa. Também possui sub-postos Otun-Dagan e Osi-dagan.

Iyabassé: Responsável no preparo dos alimentos sagrados. Todos Olorixás podem auxiliá-la, sendo ela a única responsável por qualquer falha eventual.

Iyarubá: Carrega a esteira para o iniciando. E usa toalha de Orixá no ombro.

Aiyaba Ewe: Responsável em determinados atos em obrigações de “cantar folhas”.

Aiybá: Bate o ejé em grandes obrigações. Tem sub-posto Otun e Osi.
Ològun: Cargo masculino, despacha aos Ebós das grandes obrigações, a preferência é para os filhos de Ogun, depois Odé e Oluwaiyê.

Oloya: Cargo feminino, despacha os Ebós das grandes obrigações, na falta de Ològun. São filhas de Oya.

Mayê: Mexe com as coisas mais secretas do Axé, ligadas a iniciação do Adoxú.

Agbeni Oyê: Posto paralelo a Mayê, divide a mesma causa.

Olopondá: Grande responsabilidade na inicição, no âmbito altamente secreto ligado a Oxun.

Kólàbá: Responsável pelo Làbá, simbolo de Xângo.

Ajimuda: Ajuda a Yamoro com o Ipadê de Exú. Titulo usado no culto de Oya e Geledé, também é um cargo que cuida da casa de Omolú.

Iyatojuomó: Responsável pelas crianças do Axé.

Iyasíhà Aiyabá: é quem segura o estandarte de Oxalá.

Sarapegbé: Mensageiro de coisas civis e de awo.

Akòwe: É a Secretária da casa da administração e compras.

Babalossayn: Responsável pela colheita das folhas. Cargo de extrema importância.

Axogun: Responsável pelos sacrifícios, Ogan de Ogun. Não pode errar. Responsável direto pelos sacrifícios do ínicio ao fim do ato. Soberano nestas obrigações, é quem se comunica com o Orixá para quem se destina a obrigação, transmitindo à Iyalaxé as respostas e mandamentos. Deve ser chamado de Pai. E também possui sub-posto Otun e Osi.

Ogalá Tebessê: Dono dos toques, cânticos e danças. Trabalha em conjunto com o Alagbê, possui sub-posto Otun e Osi.
Iyá Tebexê: responsavel e porta voz do Orixá patrono da casa.

Alagbê: Responsável pelos toques rituais, alimentação, conservação e preservação dos Ilùs, os instrumentos musicais sagrados. Se um autoridade de outro Axé chegar ao Ilê, o Alagbê, tem de lhe prestar as devidas homenagens “dobrar o Ilù”. Também possui sub-posto Otun e Osi.

Alagbá: Ambito civil do Axé.

Àjòiè: Camareira do Orixá. O mesmo que Ekédi.

Ojuoba: Posto de honra no Ilê Xangô e possui sub-posto Otun e Osi.

Mawo: Grande confiança.

Balógun: Título ligado ao Ilê Ogun.

Alagada: Ogan que cuida das ferramentas de Ogun.

Balóde: Ogan de Odé.

Aficodé: Chefe do Aramefá (6 corpos) ligado ao Ilê Odé.

Ypery: Ogan ou Àjòiè de Odé

Alajopa: Pessoa de Odé, que leva a caça para ele.

Alugbin: Ogan de Oxalufan e Oxaguian que toca o Il¦ù dedicado a Oxalá.

Assogbá: Ogan ligado ao Ilê Omolú e cultos de Obaluaiye, Nanã, Egun e Exú.

Alabawy: Pessoa que trabalha na área jurídica e que cuida dos interesses civis do Axé.

Alagbede: Pessoa que trabalha no ramo de ferro e metais e forja as ferramentas do Axé.

Elémòsó: Ogan ou Àjòiè de Oxaguian, ligados ao Ilê Oxalá etoda sua edumentária.

Oba Odofin: Ligado ao Ilê Oxalá.

Iwin Dunse: Ligado ao Ilê Oxalá.

Apokan: Ligado ao Ilê Omolú.

Abogun: Ogan que cultua Ogun.

Iyá Otun / Babá Otun: braço direito do zelador, pessoa de confiança do zelador.

Iyá Osí / Babá Osí: braço esquerdo zelador, pessoa de confinça mdo zelador.

Asògbá- Homem responsável pelo quarto de Omolú

Obs: Todos os cargos são intransferíveis, uma vez dado através da confirmação no jogo de Orunmilá e o Orixá da casa, não podem mais serem retirados, os cargos são vitalícios e confirmados em orô interno, só podem serem substituídos na morte da pessoa. Existem cargos transitórios dados pelos zeladores e não estão aqui descritos.



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