O CULTO A EGUNGUN - PARTE 2
Fevereiro 5, 2012 por Fernando D'Osogiyan
O RITO
Nas festas de Egungun, em Itaparica, o salão público não tem janelas, e,
logo após os fiéis entrarem, a porta principal é fechada e somente aberta no
final da cerimônia, quando o dia já está clareando. Os Egunguns entram no salão
através de uma uma porta secundária e exclusiva, único local de união com o
mundo externo. Os ancestrais são invocados e eles rondam os espaços físicos do
terreiro. Vários Amuixan (iniciados que portam o Ixan) funcionam como guardas
espalhados pelo terreiro e nos seus limites, para evitar que alguns Babá ou os
perigosos Apaaraká que escapem aos olhos atentos dos Ojês saim do espaço
delimitado e invadam as redondezas não protegidas.
Os Eguns são invocados numa outra construção sacra, perto mas separada do
grande salão chamada de Ilê Awo (casa do segredo), na Bahia, e Igbo Igbalé
(bosque na floresta) na Nigéria. O Ilê Awo é dividido em uma ante-sala, onde
somente os Ojés podem entrar, e o Lêsànyin ou Balé, onde só os Ojês Agbá entram.
Oiê balé é o local onde estão os idi-egungun, os assentamentos – estes são
elementos litúrgicos que, associados, individualizam e identificam o Egun ali
cultuado, e, o Ojubó-Babá, que é um buraco feito diretamente na terra, rodeado
por vários Ixans, os quais, de pé, delimitam o local.
Nos Ojubós são colocados oferendas de alimentos e sacrifícios de animais para o Egun a ser cultuado ou invocado. No Ilê Awo também está o assentamento da divindade Oyá de culto Igbalé, Oyá Igbalé como é popularmente conhecida, a única divindade feminina venerada e cultuada simultâneamente pelos adeptos e pelos próprios Eguns.
Nos Ojubós são colocados oferendas de alimentos e sacrifícios de animais para o Egun a ser cultuado ou invocado. No Ilê Awo também está o assentamento da divindade Oyá de culto Igbalé, Oyá Igbalé como é popularmente conhecida, a única divindade feminina venerada e cultuada simultâneamente pelos adeptos e pelos próprios Eguns.
No balé os Ojés atokutun vão invocar o Egun escolhido diretamente no seu
assentamento, e é neste local que o awo (segredo)- o poder e o axé e Egun nasce
através do conjunto Ojé-ixan/Idi-ojubó.A Roupa é preenchida e Egun se torna
visível aos olhos humanos. Após saírem do Ilê Awo, os Eguns são conduzidos
pelos amuixan até a porta secundária do salão, entrando no local onde os fiéis
os esperam, causando espanto e admiração, pois eles ali chegaram levados pelas
vozes dos Ojés, pelo som dos amuixan, branindo os ixans pelo chão e aos gritos
de saudação dos alabês (tocadores e cantadores de Egun). O clima é realmente
perfeito.
Pesquisa:Revista Candomblé Mitos & Lendas.
Texto de Aulo Barretti Filho,O Culto dos Eguns no Candomblé.
Texto de Aulo Barretti Filho,O Culto dos Eguns no Candomblé.
Nenhum comentário:
Postar um comentário