ORI
Abril 27, 2012 por Manuela
Da
ocandomble.wordpress.com
Ori é o deus portador da
individualidade de cada ser humano. Representa o mais íntimo de cada um, o inconsciente,
o próprio sopro de vida em sua particularização para cada pessoa. Ori mora
dentro das cabeças humanas, tornando cada um aquilo que é.
Como ao morrer, a cabeça de uma
pessoa não é separada para o enterro, Ori é conhecido como aquele que pode
fazer a grande viagem sem retorno, pois os outros orixás, mesmo quando morrem
seus filhos, são libertados da cabeça (Ori) e retornam ao Orun (céu, ou
mundo exterior).
À cerimónia de equilíbrio do Ori
dá-se o nome de Bori (bo = oferenda, ori = cabeça => dar oferenda para a
cabeça, fortalece-la). Não se deve no entanto confundir Bori com Iniciação. O
Bori pode ser feito em qualquer momento e não implica qualquer vínculo com o
Orixá ou com a casa.
Durante o processo iniciático a
primeira entidade a ser equilibrada é justamente o Ori, a individualidade
pessoal, para que a pessoa não se transforme num mero espelho do orixá.
Um dos mitos sobre Ori diz que ele
pode depois de enterrado voltar ao Orum, levado por Nanã ou Ewá. Diz este
mito que um dia Ori percebeu que era o momento de nascer outra vez e foi falar
com Olorum, o Universo, solicitando permissão para nascer na mesma família em
que havia nascido antes. Olorum permitiu, com a condição de que apenas ele,
Olorum, pudesse conhecer o dia de sua morte, sem que Ori pudesse opinar sobre
esta questão e que o destino de Ori só pudesse ser mudado quando Ifá fosse
consultado.
Este orixá não tem características
estéticas pois não incorpora. Apenas é cultuado juntamente com os orixás,
possuindo um número no jogo de búzios onde “fala”.
A quizila de Ori é a mentira.
Nenhum comentário:
Postar um comentário